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“Quem sofre agressão são pessoas LGBT”, rebate Ricardo Vale sobre semana hétero

Ernane Queiroz

“Quem sofre agressão são pessoas LGBT”, rebate Ricardo Vale sobre proposta de semana hétero no DF

“Quem sofre agressão são pessoas LGBT”, rebate Ricardo Vale sobre proposta de semana hétero no DF

Um projeto de lei do deputado distrital e pastor fundamentalista Rodrigo Delmasso (Podemos) propõe a criação da “Semana de Difusão da Cultura Heterossexual” no Distrito Federal. A proposta foi apresentada ao plenário da Câmara Legislativa nesta terça-feira (7). O texto prevê que a terceira semana de junho seja um “marco para sociedade celebrar valores da família”, mesma semana do dia internacional do orgulho LGBT.

O projeto é um dos 473 apresentados por Delmasso à Câmara do DF durante os três anos de mandato. O deputado também é presidente da Frente Parlamentar Evangélica. Em entrevista na última quarta (8), o distrital diz já ter sofrido preconceito pela sua própria orientação sexual, o “heterossexualismo” (sic).

“Também já sofri preconceito, mas não me envergonho de ser heterossexual, me sinto bem sendo assim”, disse o deputado homofóbico

O deputado diz, ainda, que não há motivo específico para ter escolhido a terceira semana de junho para a celebração. A ideia é que o período sirva para difundir os “princípios da cultura heterossexual”, que segundo Delmasso, é de “respeito à pessoa do sexo oposto”.

“Quem sofre agressão são pessoas LGBT”, rebate Ricardo Vale sobre proposta de semana hétero no DF
Foto: ReproduçãoTrecho do projeto de lei que propõe a criação da ‘Semana de Difusão da Cultura Heterossexual’, de autoria do distrital Rodrigo Delmasso.

Seguindo os trâmites da Casa, o PL proposto por Delmasso deve passar pela análise de membros da Comissão de Direitos Humanos da CLDF. O presidente, o deputado distrital Ricardo Vale (PT), comentou o projeto. O parlamentar diz achar a proposta “extremamente ruim” e um meio de “acirrar a intolerância e o preconceito contra as minorias”.

Vale também rebateu a afirmação de Delmasso quando disse já ter sofrido preconceito devido à orientação sexual. “Vou até estudar o caso dele”.

“Ele é o primeiro que vejo falar que foi discriminado por ser hétero. Ninguém nunca veio aqui [na comissão] reclamar este tipo de agressão”, concluiu o distrital que defensor dos direitos LGBT.

© Portal Gay1

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