O homem que confessou ter assassinado David Kato, influente ativista pela luta de direitos LGBT em Uganda, foi condenado a 30 anos de cadeia, segundo divulgação do jornal local “Daily Monitor” nesta sexta-feira. Enock Nsubuga, que admitiu ter matado o ativista a golpes de martelo em janeiro deste ano, foi julgado pela corte de Mukono, cidade que fica a 20 quilômetros da capital Kampala.
A morte de Kato, que foi atacado em sua própria casa, chamou a atenção do mundo para a luta dos ativistas LGBTs em Uganda. Antes de ser assassinado, Kato havia fundado um jornal para divulgar sua causa. A iniciativa foi interpretada como ousadia para grande parte da sociedade conservadora de Uganda. Muitos chegaram a fazer campanha para que ele fosse executado. Depois que Kato foi morto, a própria polícia chegou a argumentar que o assassinato fora cometido por um ladrão e que o ato de violência não estava relacionado com a morte de outros ativistas LGBTs no mesmo período, mesmo que todas as evidências indicassem o contrário.
Ser lésbica, gays, bissexual, travesti e transexual é um forte tabu em muitas nações na África. A escolha de parceiros do mesmo sexo é considerada crime em 37 países do continente, incluindo Uganda. Muitos ativistas não admitem sua orientação ou agem em silêncio, pois têm medo de perder seus empregos ou até de serem vítimas de violência.
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