Mídia principal da Igreja Católica publica diariamente editoriais que respaldam sua posição.
Do Gay1 Mundo, com Reuters
A aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo nos estados americanos de Maryland, Maine e Washington, na última terça-feira, não foi unanimemente comemorada ao redor do planeta. O Vaticano prometeu, no sábado, não parar de lutar contra as tentativas de “apagar” o papel privilegiado do casamento entre pessoas do sexo oposto, que descreveu como uma “conquista da civilização”. O jornal “L’Osservatore Romano”, mídia principal da sede da Igreja Católica Romana tem publicado diariamente editoriais que respaldam a posição da religião.
“Está claro que nos países ocidentais há uma tendência disseminada de modificar a visão clássica do casamento entre um homem e uma mulher, ou então de renunciar a ela, apagando seu reconhecimento legal específico e privilegiado em comparação a outras formas de união” afirmou o padre Federico Lombardi, porta-voz do Estado, em um editorial na Rádio Vaticano.
O sermão, transmitido para o mundo todo em cerca de 30 línguas, descreveu os votos como míopes. Para Lombardi, “a lógica deles não pode ter uma percepção de longo alcance pelo bem comum”.
“Por que não, então, (legalizar) a poligamia e a poliandria (quando a mulher tem mais de um marido)?” chegou a questionar o porta-voz.
A Igreja Católica defende que a homossexualidade não é um pecado, mas se relacionar com uma pessoa do mesmo sexo, sim. Declara também, oficialmente, que os direitos de LGBTs devem ser reconhecidos, mas as uniões não devem ter o mesmo valor das heterossexuais e nem permitir que adotem crianças. O L’Osservatore Romano desejou, em editorial, uma “discussão mais aprofundada” que possa ir contra a “evolução antropológica” que anuncia a legalização do casamento igualitário, associado a uma possibilidade de adoção.
Espanha e França
É a primeira vez, nos Estados Unidos, que os direitos matrimoniais são estendidos a casais do mesmo sexo por voto popular, embora alguns estados já permitissem anteriormente a prática. A expectativa é que o debate sobre a constitucionalidade da restrição de casamentos a uniões entre homens e mulheres chegue à Suprema Corte dos Estados Unidos em breve. A Conferência de Bispos Católicos dos EUA promete liderar os esforços para influenciar a decisão da Justiça.
As vitórias do direitos LGBT em estados americanos, porém, não são a única preocupação da Igreja Católica. O governo francês enviou, na semana passada, um projeto de lei que legaliza a união entre pessoas do mesmo sexo para ser debatido entre o Conselho de Ministros do país, uma antiga promessa de campanha do presidente François Hollande. Dias antes, a Corte Constitucional da Espanha, tribunal máximo do país, rechaçou um apelo contra a legislação que permite o casamento de pessoas do mesmo sexo.
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