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Experimentos foram feitos com camundongos.
Fêmeas podem produzir espermatozoides e machos conseguem fazer óvulos. Parece loucura, mas pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão, descobriram que é possível.
Um artigo publicado na revista Scientific American explica que Katsuhiko Hayashi e seu orientador Mitinori Saitou usaram células da pele de camundongos para criar células-tronco germinativas primordiais (CGP). Estas células foram, então, transformadas em espermatozoides e óvulos.
Embora a técnica ainda esteja no começo, as possibilidades são surpreendentes. As células de um rato macho podem ser convertidas em óvulos. Com isso, os ratos que eram inférteis podem se tornar férteis novamente, transformando as células da pele em células germinativas viáveis. Essas células já foram usadas para criar um rato bebê, que nasceu em perfeitas condições de saúde.
A pesquisa inicial foi feita em outubro do ano passado. Desde então, cientistas do mundo todo perceberam o potencial da pesquisa. Pesquisadores têm replicado a técnica, mas continuam incapazes de produzir filhotes vivos.
Agora, a equipe de Hayashi está envolvida em estudar como o seu trabalho pode ser aplicado em seres humanos. Isso poderia significar uma nova esperança para casais inférteis ou casais do mesmo sexo.
Mas os cientistas ressaltam que esse é um salto muito grande. O método usado para transformar a pele em células germinativas pode desenvolver anormalidades cromossômicas e mutações genéticas. O acesso restrito a embriões humanos para experiências também é um obstáculo.
Os cientistas, portanto, concordam que a pesquisa é interessante. Mas ainda serão necessários muitos anos antes que qualquer tratamento viável para a infertilidade seja usado pela medicina.