A 16ª Parada do Orgulho LGBT de Campinas, em São Paulo, que arrastou sete mil pelas ruas do Centro da cidade na tarde deste domingo (26), terminou com abuso de e violência de policiais nos arredores da Praça Bento Quirino.
Imagens gravadas por celular mostram viaturas e motos da PM circulando à noite pelas ruas do Centro, pessoas correndo e policiais jogando bombas de efeito moral na direção de algumas pessoas. Nas imagens do vídeo acima da reportagem da EPTV é possível ver que os manifestantes reagem arremessando pedras e garrafas contra os policiais.
Foto: Reprodução/EPTV
Policiais jogam bombas de efeito moral para dispersar público
Música alta
Segundo o o Comandante de Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Marci Elber Maciel Rezende da Silva, o confronto durou cerca de 15 minutos e teria começado após a polícia ter sido acionada, via 190, por perturbação.
“Os bares da Bento Quirino estavam tocando pancadão muito alto e fomos chamados. Enquanto um policial falava com o dono de um dos bares, começaram a jogar pedras. O reforço foi chamado e começou o confronto. Usamos granadas de efeito moral e spray de pimenta”, explicou.
Segundo o coronel, seis pessoas foram detidas, autuadas no 1º Distrito Policial e liberadas em seguida. Uma faca foi apreendida na ação. Apesar do confronto, não houve feridos. Ele lamenta que o evento tenha acabado desta forma e disse que este tipo de problema fez com que a PM sugerisse a suspensão da Parada.
“Foi uma pena ter terminado assim, mas este confronto mostra que tínhamos razão quando notificamos o Ministério Público e pedimos que o evento não fosse realizado. Eles não tinham alvará da prefeitura, não tinham um palco e isso fez com que o público ficasse disperso ao fim do evento”, explicou.
Denúncias
Em nota oficial, os organizadores do evento relatam terem recebido denúncias de que a Polícia Militar agiu de maneira violenta e truculenta contra dezenas de pessoas que, depois do encerramento da Parada, dançavam e se divertiam de forma pacífica na Praça Bento Quirino.
“Manifestamos nosso mais veemente repúdio a qualquer ação de violência por parte da Polícia Militar do Estado de SP e exigiremos a rigorosa apuração de todas as denúncias. É inadmissível que pessoas que encontravam-se simplesmente numa praça se divertindo sofram uma ação dessa natureza”, diz trecho da nota.
Ainda de acordo com a nota, durante o evento, não foi registrada nenhuma ocorrência policial e que a manifestação obteve êxito ao celebrar a diversidade, repudiar a intolerância e exigir direitos.
Os organizadores da Parada se colocam à disposição das vítimas para ajudar no encaminhamento das denúncias e pedem para que testemunhas entrem em contato através do celular (19) 99339-4111. Os casos serão encaminhados ao Centro de Referência LGBT de Campinas, à Ouvidoria de Polícia do Estado de SP, ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de SP (CONDEPE) e ao Ministério Público do Estado de SP.
*Com informações da EPTV