Protesto com ataques homofóbicos e racistas na UnB será investigado
Foto: Reprodução/Mídia NINJA
Na redes sociais circula um vídeo em que pessoas vestidas de preto e com camisas da seleção brasileira agridem estudantes da instituição.
A Universidade de Brasília (UnB) investiga a atuação de um grupo extremista na noite desta sexta-feira (17/6) que resultou em ataques homofóbicos e racistas a estudantes que estavam no Instituto Central de Ciências (ICC), conhecido como Minhocão. Segundo relatos, os manifestantes chegaram ao local por volta das 20h, gritando palavras de protesto, exigindo a volta da ditadura militar. Eles ainda teriam feito o uso de bomba caseira. A instituição afirma que ainda apura o caso.
O grupo chegou a caminhar pelo local. O prefeito do câmpus, professor Marco Aurélio de Oliveira, recebeu relatos de que, durante o protesto, alunos que passavam perto dos manifestantes eram agredidos verbalmente, principalmente com frases racistas. “Sabemos que a ação foi muita rápida. As informações ainda são muito desencontradas. Na segunda-feira (20/6), vamos intensificar a busca de depoimentos de alunos e funcionários que estavam de plantão”, detalhou.
Dois estudantes registraram ocorrência na 2ª Delegacia de Policia (Asa Norte). Em depoimento, eles disseram que estavam saindo do ICC em direção ao estacionamento, quando foram abordados pelos manifestantes. Os universitários disseram que o grupo ameaçou agredi-los. A dupla de alunos teria ainda sido seguida por um motociclista vestido todo de preto. O homem arremessou objetos no carro dos alunos. A Polícia Civil investiga o fato.
Na redes sociais circula um vídeo em que pessoas vestidas de preto e com camisas da seleção brasileira agridem estudantes da instituição. “Eu sou empresária, pago imposto carissímo pra manter esse parasita. Gay, safado, parasita”, grita uma mulher a um aluno. O vídeo também mostra o momento em que uma bomba caseira é lançada no ICC. Entre as manifestantes, aparece Kelly Bolsonaro, que invadiu o campo do Mané Garrincha durante o jogo do Flamengo e Fluminense, em fevereiro deste ano. Na ocasião, ela pediu a volta da ditadura militar e exigiu a saída da presidenta Dilma Rousseff.