Vinte pessoas foram presas neste sábado (16) no arquipélago de Zanzibar, região semi-autônoma sob controle do governo da Tanzânia. Os presos são acusados de serem LGBTs, o que é crime no país. A informação é da polícia local.
Ao todo, 12 mulheres e oito homens foram presos. Eles estavam em um hotel, onde participavam de um treinamento sobre a prevenção ao HIV/Aids.
No começo do ano, o governo da Tanzânia proibiu que clínicas privadas oferecessem tratamento para o HIV/Aids. A alegação era de que o serviço encorajava o sexo entre pessoas do mesmo sexo.
A pratica de sexo entre pessoas do mesmo sexo é punido com até 30 anos de cadeia no país.
“Eles estão envolvidos em práticas homossexuais. Nós os prendemos e estamos ocupados interrogando-os neste momento. A polícia não pode fazer vista grossa para esta prática”, disse ontem à TV estatal do país o chefe da polícia local, Hassan Ali Nasri.
Na última sexta-feira, um dirigente do Ministério da Saúde local prometeu ao Congresso do país “lutar com todas as nossas forças contra os grupos que promovem a homossexualidade”, segundo a agência AFP.
Em julho de 2016, o governo também baniu a importação e as vendas de lubrificantes sexuais. O ministro da Saúde disse à época que este tipo de produto encorajava relações entre pessoas do mesmo sexo e, portanto, disseminava o vírus do HIV.
Apesar da proibição, a população da Tanzânia era uma das mais tolerantes com pessoas LGBT até recentemente. Isto começou a mudar quando o governo assumiu um discurso anti-LGBT mais radical, dizem correspondentes estrangeiros no país.