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Encontro reunirá jovens latino-americanos para discutir sobre HIV/AIDS

Matheus Emílio
Encontro reunirá jovens latino-americanos para discutir sobre HIV/AIDS
Foto: Reprodução

Nos dias 23 a 27 de Outubro, acontecerá na cidade de Cusco, Peru, o IV Encontro de Jovens com HIV/Aids, organizado pela Red Jóvenes Positivos de América Latina y Caribe Hispánico (J+LAC), que pretende reunir jovens latino-americanos HIV-positivo ou que atuam na luta contra a epidemia de AIDS em suas regiões.

E aqui no Brasil, perante os constantes retrocessos na saúde pública, que tem também afetado a vida de jovens soropositivos para o HIV, membros da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids estão se preparando para o encontro e comentam um pouco sobre suas expectativas para o evento:

Confira:

Encontro reunirá jovens latino-americanos para discutir sobre HIV/AIDS
Foto: Divulgação

De que forma você pensa que este encontro poderá colaborar para a luta contra a AIDS aqui no Brasil?

Moisés Maciel: Acredito que em contato com outras realidades a gente vai poder criar ideias para desenvolver estratégias de atuação aqui no país. São diversos jovens de diversos países da América do sul e latina juntos no encontro, então, será uma troca de experiência memorável.

Segundo os últimos dados da UNAIDS, a epidemia de HIV/AIDS tem aumentado significativamente, especialmente entre os jovens. Quais fatores você acredita que geram esse aumento?

Luana Peixoto: A luta contra a AIDS é também uma luta pela organização da população jovem, inclui desenvolvimento de acolhimento para as pessoas recém diagnosticadas, além de pensar politicas integrais para as pessoas vivendo com HIV. Para destruir as camadas de estigma que que assolam as pessoas vivendo com HIV é que se torna tão necessário esse tipo de encontro, onde a transmissão e troca de experiências servem de base para o empoderamento, construção da auto estima e, a partir dessa articulação, a possibilidade de pensar politicas públicas tão urgentes para a saúde integral da população que vive com HIV/Aids.

Qual a importância de falarmos sobre HIV/AIDS, entre pessoas LGBTs? Vocês acreditam que isso gera um estigma sobre essa população?

Luana Peixoto: O estigma direcionado a população LGBT já existe. E também sobre as pessoas que vivem com HIV/Aids. Falar sobre HIV/AIDS para a população LGBT é uma forma de conscientização de um corpo político, que é espaço de luta, resistência e sobretudo amor por si e pelo outro. Difundir ao máximo as informações junto a desconstrução dessa estigmatização é de suma importância e dever vital a quem possui a informação.

Moisés Maciel: Primeiro, é de extrema importância falar sobre HIV/AIDS para toda a população, mas principalmente para as populações que estão em maior grau de vulnerabilidade como a população LGBT, a juventude e adolescentes. A gente não pode negar o fato de que o número de casos de infecção pelo HIV é alarmante entre a juventude, e ainda mais entre as mulheres trans e os homens gays. Falar sobre HIV, alertar, transmitir informações não fará com que aumente o estigma, do HIV para a população LGBT, mas sim que essas pessoas possam se prevenir e lutar por seus direitos.​

Encontro reunirá jovens latino-americanos para discutir sobre HIV/AIDS
Foto: Reprodução

​De acordo com as recentes estatísticas apresentados pela UNAIDS, houve um aumento do número geral de Aids no Brasil, seguindo na contramão da tendência mundial. O número de novas infecções aumentou em 3% no país, entre 2010 e o ano passado, enquanto escalas globais demonstraram uma redução de 11% desse número.

E estes números, tornam-se ainda mais preocupantes quando analisamos o contexto de jovens entre 15 a 24 anos, que devido a diversos fatores, dentre eles questões estruturais, tem se infectado cada vez mais, representando um aumento de cerca de 50% em 6 anos, no país.

Diante disso, torna-se cada vez mais necessário, espaços de articulação e troca de experiência entre estes jovens, como a proposta do IV Encontro de Jovens com HIV/Aids, pois na atual conjuntura, nosso maior comportamento de risco é continuarmos nos silenciando diante dessa epidemia que não para de avançar.

Escrito por: Matheus Emílio – Redator e Administrador do Menino Gay

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