Com a música “Fome Boa”, a empresa amplia o movimento de reposicionamento da marca que começou na campanha anterior, “Pra Qualquer Fome, Pede um iFood”, protagonizada pela apresentadora Márcia Goldschmidt e pela atriz Laura Cardoso. Dessa vez, o lema “Fome de Carnaval” quer tirar o foco do aplicativo e direcioná-lo para os consumidores.
“Estamos alcançando uma maturidade de marca e precisávamos trazer uma proposta diferente, muito mais olhando para o consumidor e não só o que poderíamos oferecer a ele. Agora é para todas as pessoas e para qualquer fome de qualquer pessoa. É uma evolução”, disse Rafaella Gobara, 37, diretora de marketing do iFood.
E esse amadurecimento também está na escolha dos personagens da campanha, como a cantora drag Gloria Groove, além das cantoras Maria Alcina, Kika Boom e a jornalista Luiza Brasil. “São pessoas que têm representação muito grande e importante nos nichos delas, mas não necessariamente estavam falando com todas as pessoas. Esse hit que estamos trazendo é para mostrar que o iFood está lá para você. Nós fazemos a curadoria para você ter todo o acesso”, afirma Gobara, que conta que a empresa passará a divulgar novas campanhas em todos os carnavais.
Um dos ícones do movimento LGBTQI+, Gloria Groove afirma que teve muita liberdade para participar da versão da música do comercial do iFood. “O pessoal se mostrou interessado com a minha opinião e se importando de fato com o que eu achava. Já vi isso acontecer com vários outros artistas, de fazer uma versão da música para estar em uma campanha. É um degrau da carreira.”
A cantora lembra que desde os seis anos participa de comerciais na televisão. Entretanto, como drag queen, esse é apenas seu segundo comercial –o primeiro foi há dois anos para a marca de cosméticos Avon. Ela afirma que é importante a presença de uma personagem como ela em campanhas publicitárias e que as marcas precisam ser cada vez mais inclusivas.
“Ser uma marca inclusiva significa que você se posiciona a favor da vida. É uma decisão muito séria a se fazer. É muito importante que a gente, como representantes, sempre esteja atento para o que são espaços de representatividade reais e quais querem se aproveitar de nossa arte, de nosso desempenho e de nosso público”, diz a cantora, lembrando que o Brasil é um dos países que mais mata pessoas LGBT no mundo.
“É um radar muito difícil de se identificar cada coisa, e gosto muito de confiar no que está rolando. E se acredito de fato naquilo, isso se aquilo não era inclusivo de fato, vai passar a ser depois daqui. E isso o que importa, aprender a evoluir com nossos erros e equívocos”, completa.Rafaella Gobara concorda com Gloria Groove e afirma que a empresa quer se aproximar das minorias. “Trazemos mais a diversidade. Cada um tem uma idade, uma cor, vem de uma região. Alcina representa o Carnaval, a música brasileira, e não estava no ‘mainstream’ há algum tempo. Luiza Brasil está dando novo significado o Carnaval ao abordar a mulher negra.”
“Esse movimento da diversidade é muito pontuado pelo contexto que estamos agora. Como marca, temos a obrigação de trazer essa mensagem de união e não de polarização. Quando olhamos mais para o consumidor isso ia acabar sendo natural. Mais do que diversidade é a representatividade, de ter pessoas de várias origens”, conclui.