Feito por drags, Bloco das Montadas é eleito o melhor do carnaval de Brasília
Leitores do Correio Braziliense escolheram por meio de enquete o evento LGBT como melhor bloco da capital.
Vitória da diversidade
Este foi o segundo ano que o Bloco das Montadas esteve na lista de animadores oficiais da folia candanga. Realizado pelo Distrito Drag, com apoio da Secretário de Cultura, eles arrastaram milhares de foliões pelo Setor Bancário Norte, no domingo de carnaval (3/3). O Bloco LGBT levantou a bandeira da diversidade e agradou o brasiliense. “Esse prêmio dá sentido a todo esforço que tivemos para que fosse o melhor bloco, para que os LGBTs fossem respeitados. Foi o melhor, não só por conta dos organizadores, mas também por conta do público”, elogia a drag queen Ruth Venceremos, 34 anos.
Na primeira edição, a expectativa era de receber 500 foliões, lembra a drag queen Afrodite Starlight, 37 anos. No entanto, o número foi muito maior: 15 mil, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). O número triplicou e 45 mil pessoas prestigiaram o evento neste ano, segundo os organizadores. “O sucesso do ano passado fez o bloco aumentar. Existe uma carência muito grande por parte do público LGBT para se divertir no carnaval. Fizemos uma festa com segurança, longe de problemas e de confusão. Além de que foi o primeiro bloco em Brasília feito por drag queens. É uma forma de expressão artística muito popular que as pessoas adoram”, disse a drag.
“Este troféu busca reconhecer e divulgar os melhores blocos de carnaval de Brasília em 2019, além de destacar a importância da cultura do carnaval de blocos no DF e da diversidade musical brasiliense”, anunciou Cilene Vieira, superintendente de marketing do Correio.
Menção honrosa
O bloco Divinas Tetas, também queridinho pelos foliões LGBT, foi o homenageado pelo corpo de jornalistas selecionado para eleger o Destaque do Carnaval 2019. Os critérios escolhidos para a votação do júri do Correio Braziliense foram: o respeito às diferenças, a paz, harmonia e o compromisso com a segurança, além da limpeza e conservação do espaço público.
Mais de 60 mil pessoas pularam ao som de sucessos tropicalistas, conta Aloízio Michael, vocalista do grupo e fundador do bloco que saiu pelo quarto carnaval. “Foi o maior carnaval que a gente já fez. A gente está com sentimento de gratidão gigantesco. E ser reconhecido por uma comissão julgadora, que deve ter julgado diversos blocos, em diversos níveis, por diversas questões, é muito importante para que a gente continue fazendo carnaval, levando mensagem sobre amor, diversidade e respeito para toda a cultura do DF”, considera Aloízio Michael.