A influenciadora e DJ Ju de Paulla promoveu uma live sobre sexo, prazer e questões femininas com a cantora Ivete Sangalo, na noite de sexta-feira (4), que despertou a tensão sexual acumulada no isolamento social das pessoas da internet — principalmente a da própria anfitriã da transmissão.
Em um questionamento “picante”, Ivete perguntou a Ju de Paulla se ela já a desejou enquanto ela estava nos palcos, “com as pernas de fora”. Pronto. Foi o suficiente para a influenciadora se enrolar na resposta, dizer que “não” e, depois, mudar de ideia. O vídeo do momento viralizou no Twitter como um caso de “gay panic”. Mas, afinal, o que significa esse termo?
“Gay panic”: a tensão que paira no ar
Na participação da live no Instagram de Ju de Paulla, Ivete Sangalo quis saber se já havia sido alvo de desejo da influenciadora em algum momento da vida. No primeiro momento, a anfitriã disse que “não” e chegou a comentar que “não é porque a gente beija mulheres que a gente deseja as outras mulheres assim, sabe…”.
Passados mais alguns segundos do vídeo, mudou de ideia: “Então, algumas vezes já. Deixa eu explicar: às vezes você está lá no palco e tem um encanto…E você pensa: ‘Nossa, que mulher gostosa’. Mas já passou, hoje não mais”.
Na web, muitos usuários e a própria Ju de Paulla classificaram a reação como o auge de um “gay panic”.
Uma usuária ponderou que achou a fala de Ivete forçada. “Gente mas só eu achei que a Ivete forçou a barra? Será que ela tem que ser desejada mesmo por toda mulher q curte mulheres? Ficou parecendo ser INADMISSÍVEL que a Jude não a tivesse curtido em algum momento da vida. Eu hein”.
Ao responder tuítes sobre o caso, a influenciadora disse que foi só “pega no pulo”. “Essas duas pessoas que criticaram: somos amigas! Não foi constrangimento nenhum..Fui só pega no pulo mesmo”.
Veja alguns comentários:
O termo que, traduzido, significa “pânico gay”, tem diferentes interpretações: pode ser associado a uma tensão — sexual ou não — entre alguém que é gay, lésbica, bissexual, pansexual ou de qualquer outra orientação sexual sob o guarda-chuva LGBTQIA+ e uma pessoa que se define como heterossexual. No Urban Dictionary, a primeira descrição é “Quando você sente pânico perto de alguém do mesmo sexo porque você se sente atraído por ela”.
Mas também pode definir o desconforto causado quando, por exemplo, uma pessoa que não revela sua orientação sexual publicamente é exposta de forma indesejada por outra pessoa. Ou seja, quando alguém “tira do armário” uma pessoa que não fala sobre sua orientação sexual.
Nos Estados Unidos, o “gay panic” tem uso ainda mais controverso e que tem sido questionado no âmbito jurídico: isso porque ele já foi usado como tese de defesa de homens heterossexuais que agrediram/assassinaram gays ao dizerem que as vítimas tiveram uma abordagem sexual indesejada em relação a eles.