Câmara Legislativa do DF derruba veto de Ibaneis e cria Praça Marielle Franco em Brasília
Homenagem ocorre na data em que assassinato da vereadora completa mil dias. Governador havia rejeitado projeto de lei alegando que 'não há relação entre nome dela e o Distrito Federal'.
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) derrubou o veto do governador Ibaneis Rocha (MDB) ao projeto de lei que cria a Praça Marielle Franco, em Brasília. A votação, nesta terça-feira (8) garante a homenagem à vereadora e ocorre na data em que seu assassinato completa mil dias.
O projeto que dá o nome de Marielle para uma praça na capital federal foi aprovado pelos deputados distritais em novembro de 2019. O texto prevê que o endereço será no Setor Comercial Sul, na área central de Brasília.
Ao vetar o projeto, Ibaneis alegou que, “não há relação entre o nome da vereadora e o Distrito Federal”. Ainda de acordo com o governador, “a tradição é homenagear pessoas que tenham servido diretamente à comunidade do DF”.
Nova votação
Entre os 17 deputados que estavam presentes na sessão desta terça, 16 aprovaram a criação da praça. O único voto divergente foi o do deputado Delmasso (Republicanos), que se absteve.
Questionado pela reportagem, Delmasso informou que se absteve de votar porque “logradores públicos do DF devem homenagear personalidades que fizeram história no DF”, defendendo o posicionamento de Ibaneis.
Já o autor do projeto e correligionário de Marielle, deputado distrital Fábio Felix (Psol), comemorou a anulação do veto. “Fico feliz que a gente reconheça o legado histórico de uma mulher que enfrentou o sistema político”, disse durante a sessão.
“Lutar por justiça por Marielle é um passo fundamental que precisamos dar. São por todas as vozes dissonantes, que precisam ser respeitadas, ouvidas”, afirmou.
Marielle Franco
Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram mortos em uma emboscada, no dia 14 de março de 2018. Desde então, dois suspeitos do crime foram detidos, sendo um policial militar e um ex-PM.
No entanto, o crime acumula perguntas ainda não respondidas sobre a motivação do assassinato e quem seria o possível mandante.