‘Os Simpsons’ escala ator gay para personagem gay
Em mais um passo rumo à diversidade na série, Tony Rodriguez substitui Hank Azaria como Julio; ele pediu a produtores para ser escolhido para papel de amigo de Homer Simpson.
Os Simpsons deu mais um passo rumo à diversidade e representação: a série de animação há 32 anos no ar escalou um ator gay e cubano-americano para viver um personagem gay de origem latina. Tony Rodriguez, que fez sua estreia no episódio Uncut Femmes, agora é a voz de Julio, um morador de Springfield que foi apresentado em 2003 como o novo companheiro de quarto de Homer antes de se tornar um personagem recorrente na série.
Julio foi dublado por 17 anos por Hank Azaria, mais conhecido por ser o Moe. Ele deu voz a dezenas de personagens nos Simpsons nas últimas três décadas, mas recentemente decidiu que não faria mais papéis de minorias étnicas, na série, incluindo o indiano, Apu Nahasapeemapetilon, e o afro-americano Carl Carlson.
“É um sonho para mim”, disse Tony, no Instagram, no dia de sua estreia. O detalhe é que foi o próprio ator que correu atrás do papel. Em janeiro foi lançado um vídeo – um supercut, com todas as piadas gays feitas durante os 32 anos dos Simpsons, que bateu mais de 350 mil visualizações no YouTube, se tornando o vídeo de maior sucesso do programa. O ator então filmou uma mensagem para os produtores da série, pedindo que fosse escalado para o papel, como ele contou no podcast Gayest Episode Ever.
Matt Selman, que atua como produtor executivo dos Simpsons, confirmou que o vídeo supercut realmente desempenhou um papel na decisão. As mudanças em Os Simpsons vêm na esteira da estreia do documentário de 2017, The Problem with Apu, do comediante Hari Kondabolu, que argumentou que o personagem era um estereótipo do sul da Ásia que frequentemente gerava abusos racistas no mundo real. Ele também questionava o branqueamento dos elencos de voz.
Hank já falou sobre o assunto. “Acho que o documentário trouxe alguns pontos realmente interessantes e nos deu muito o que pensar e estamos mesmo pensando nisso. Definitivamente, qualquer pessoa que se machucou ou se ofendeu por isso, ou por qualquer personagem ou desempenho vocal, é realmente perturbador que tenha sido ofensivo ou prejudicial a alguém”, afirmou.