Distrito Federal

“Quer ser homem? Vai apanhar igual homem”, ouve lésbica antes de ser agredida em bar no DF

Rebecka Esteves estava com namorada no momento do crime, na madrugada desta terça-feira (2), e foi agredida por dupla em mesa próxima.

Rebecka foi vítima de lesbofobia em bar da Asa Sul, em Brasília. (Foto: TV Globo/Reprodução)
Rebecka foi vítima de lesbofobia em bar da Asa Sul, em Brasília. (Foto: TV Globo/Reprodução)

Uma mulher foi agredida com uma garrafada na cabeça, na madrugada desta terça-feira (2), em um bar da quadra 403 Sul, em Brasília. Rebecka Esteves estava com a namorada no momento do crime.

À TV Globo, ela contou que um dos homens que a agrediu deixou claro que se tratava de um crime de ódio. “Ele falou: ‘Você quer ser homem? Vai apanhar igual homem'”, conta a cozinheira. Rebecka ainda recebeu chutes e pauladas.

A namorada de Rebecka não se feriu. Após as agressões, outros três homens se aproveitaram da situação e roubaram o celular da vítima. Eles foram presos pela Polícia Militar poucas horas após o crime.

Já os dois agressores foram detidos na manhã desta terça-feira (2). Eles foram levados para a 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul, que investiga o caso.

Agressões

Fachada de bar em Brasília. (Foto: TV Globo/Reprodução)
Fachada de bar em Brasília. (Foto: TV Globo/Reprodução)

Segundo Rebecka, ela e a namorada estavam no bar, quando perceberam que os dois homens da mesa ao lado encaravam o casal. Em seguida, um deles teria pedido um isqueiro para as duas.

Ela conta que brincou que esse seria o motivo para os dois estarem encarando. “Eles levantaram um pouco irritados, saíram. Um deles voltou na minha mesa, me convidou a sair da minha mesa. Eu disse que não”, lembra Rebecka.

Assim que o bar fechou, o casal se levantou para ir embora, mas as agressões começaram antes que elas conseguissem deixar o local.

“Primeiro, ele me deu um chute. Acho que a intenção era fazer eu cair, mas eu não caí. Nisso, ele me deu outro chute e tomou a garrafa da minha mão. Na mesma sequência, ele já quebrou a garrafa na minha cabeça. O amigo deu duas pauladas do lado direito do meu corpo”, conta.

Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), onde passou por exames e recebeu medicamentos. A vítima sofreu hematomas nas costas, inchaço na cabeça e dores pelo corpo.

Mas, para Rebecka, as marcas vão além das físicas. “O psicológico vai ficar abalado por um tempo. Você não quer sair, não quer nem trabalhar. Você pensa: ‘Vou trabalhar e pode me acontecer alguma coisa no caminho””, diz a cozinheira.

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