Na reta final de Pantanal, Silvero Pereira, último ator a chegar à turma de peões de novela, comentou sobre qual o seu maior receio com a intensa convivência com a turma que inclui José Loreto, Juliano Cazarré, Gabriel Sater e Guito, entre outros em entrevista para a Revista GQ Brasil.
“É tanto hormônio masculino naquele galpão que eu brinco com eles que o meu maior medo é terminar essa novela heterossexual [risos]”, brinca o cearesense, que é também ativista LGBTQIA+.
Na novela das 9 de Benedito Ruy Barbosa e Bruno Luperi, com direção artística de Rogério Gomes e Gustavo Fernández, o cearense interpreta o ex-mordomo Zaquieu, que luta contra a homofobia para ser respeitado em um ambiente extremamente machista.
“Tem uma coisa muito bonita nessa turma. Por mais que a gente brinque bastante, tem muito respeito pelo profissional que eu sou, pela minha identidade de gênero e pela minha bandeira. Eu me sinto muito à vontade com meus parceiros de cena”, afirma o ator.
Silvero, 40, conta que, quando assistia à primeira versão de Pantanal, ficava constrangido com o fato de seu personagem ser motivo de chacota e com o texto de 30 anos atrás não debater a questão da homofobia. Hoje, diz, sua função é fazer com que as novas gerações sejam encorajadas com esse personagem “e que a gente só progrida a partir daqui”.
Para ele, um dos motivos do sucesso de Pantanal é a união de toda a equipe da novela, o desejo de todos em fazer um bom trabalho e que dialogue com questões atuais. “O que eu acho mais interessante nessa novela é que tudo é avaliado junto. Seja com o autor, seja com o diretor, seja com o elenco. A gente conversa e chega a um denominador comum, e isso favorece a todos.”