
Após anos mergulhado em personagens marcados por repressão e conflitos internos, como no aclamado Companheiros de Viagem (2023), Matt Bomer, 47, decidiu que era hora de respirar novos ares. Seu desejo? Simples: se divertir no set, rir e, sobretudo, provocar alegria.
“Passei a última década interpretando personagens muito reprimidos. Foi lindo explorar essa escuridão, mas pensei: ‘Poxa, preciso fazer uma comédia’”, revelou o ator em entrevista ao site F5.
O convite para essa virada veio com Modernos de Meia Idade, nova comédia do Disney+, onde Bomer interpreta Jerry Frank, um comissário de bordo gay que divide uma casa com dois amigos da comunidade LGBTQIA+ e a mãe de um deles. A série estreou há pouco mais de uma semana e marca um momento simbólico na carreira do ator, que já ouviu de produtores que nunca seria protagonista se assumisse sua sexualidade.
Hoje, casado e pai de três filhos, Bomer não só vive abertamente sua verdade como também busca papéis que reflitam essa vivência. E Jerry, o mais jovem e impulsivo do grupo, é seu novo alter ego nas telas — um personagem doce, quase infantil, mas que esconde uma história de superação e pertencimento.
“Ele perdeu a família, foi exposto pela ex-esposa, e esses amigos se tornaram sua nova família. É exatamente o que minha família escolhida foi para mim nos meus 20 anos”, explica o ator. “Pude explorar meu eu mais autêntico com eles. E é meio que sobre isso que a série trata.”
Dividindo cena com veteranos como Nathan Lane, 69, e Nathan Lee Graham, 56, Bomer celebra a troca geracional como algo valioso dentro e fora da trama.
“Alguns dos relacionamentos mais importantes da minha vida são com pessoas mais velhas da comunidade. Elas têm sabedoria. Faríamos bem em ouvi-las”, aconselha.
Na série, seu personagem é justamente o que impulsiona os amigos a não se acomodarem: quer levá-los a Fire Island, shows, cassinos e tudo que envolva movimento e vida.
Apesar do tom leve, a série traz uma abordagem sensível sobre amizade, identidade e a importância das redes de apoio LGBTQIA+. Segundo Bomer, contracenar com colegas também abertamente LGBTQIA+ fez toda a diferença:
“Era um ambiente tão livre de vergonha, sem filtros. Nós apenas mergulhamos, sem pedir desculpas por quem éramos.”
Entre risadas, afeto e representatividade, Modernos de Meia Idade se firma como um novo capítulo para Bomer — agora, com leveza e orgulho no centro da cena.