Érika Hilton: “Não sou atacada por ser trans, mas por ser uma deputada eficaz”
Parlamentar esclarece polêmicas sobre contratação de assessores e ressarcimento de cirurgia, e afirma que ataques são motivados por sua atuação combativa no Congresso.

A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) se pronunciou para rebater uma série de acusações que circularam nas redes sociais sobre a contratação de assessores e o uso de verba pública para o ressarcimento de um procedimento cirúrgico. Em entrevista ao portal UOL, a parlamentar apresentou sua versão dos fatos e afirmou que os ataques são uma reação à sua atuação “combativa e eficaz” na Câmara dos Deputados.
Um dos pontos centrais da polêmica envolve a contratação de dois assessores que, segundo matéria do site Metrópoles, atuariam como seus maquiadores particulares. Hilton explicou que os profissionais são de sua confiança, possuem atribuições claras em seu gabinete e que, de forma esporádica e fora do expediente, a maquiaram como um favor entre amigos. “Um deles é formado em arquitetura e urbanismo e foi fundamental na construção de políticas públicas, como a de trabalho digno para pessoas em situação de rua”, defendeu a deputada, ressaltando que a acusação surgiu de uma desavença pessoal.
Outra questão abordada foi a de uma cirurgia ressarcida pela Câmara. Érika Hilton esclareceu que realizou dois procedimentos simultaneamente: um por questões de saúde, que foi devidamente reembolsado conforme as regras da casa, e outro de natureza estética, custeado integralmente com seus próprios recursos. “A maledicência surgiu da realização conjunta, mas apresentei toda a documentação e os prontuários que comprovam a necessidade da cirurgia de saúde”, afirmou.
A parlamentar admitiu que talvez tenha agido com “ingenuidade” ao não prever que sua atuação combativa contra a extrema-direita a tornaria um alvo de narrativas falsas. “Por não estar agindo de forma criminosa, agi com naturalidade, mas o episódio serve de aprendizado”, refletiu.
Érika Hilton criticou a desproporção com que seu caso foi tratado em comparação a escândalos de corrupção envolvendo milhões de reais, como o orçamento secreto, mas defendeu a fiscalização de seus gastos. Ao final, ela enfatizou que a motivação dos ataques não se deve à sua identidade. “Não sou atacada por ser trans, negra ou mulher, mas sim por ser uma deputada eficaz e combativa, que apresenta projetos sólidos e dialoga com a população”, concluiu.