Distrito Federal

Pastor que pregava “cura gay” e atacou Erika Hilton é indiciado por transfobia no DF

Investigado, religioso pode pegar até 15 anos de reclusão. Ele também é alvo de outra apuração em São Paulo ligada ao suicídio de uma jovem trans.

Pastor Flávio Amaral, á esquerda, e deputada Erika Hilton, à direita. (Foto: Reprodução)
Pastor Flávio Amaral, á esquerda, e deputada Erika Hilton, à direita. (Foto: Reprodução)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu, nesta segunda-feira (30), o inquérito que investigava o pastor Flávio Amaral por crimes de transfobia praticados em redes sociais e palestras. Ele foi formalmente indiciado por crimes resultantes de preconceito e o caso foi encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que decidirá se oferece denúncia à Justiça.

A investigação, conduzida pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação (Decrin), apurou que o pastor fez uma série de declarações LGBTfóbicas. Em um de seus discursos, ele atacou diretamente a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), afirmando que a parlamentar “não era incluída no dia das mulheres, pois mulher não vira mulher, mulher nasce mulher”.

Além do ataque à deputada, a PCDF constatou que o religioso disseminou outros conteúdos discriminatórios, como publicações que sugeriam a “cura” de pessoas LGBTQIA+ por meio da religião e outras em que as chamava de “filhos da ira e da perdição”. Em seu depoimento à polícia, o pastor alegou que seus comentários foram motivados por “questões pessoais”. Se condenado por todos os crimes apontados no inquérito, ele pode pegar de 6 a 15 anos de prisão.

Investigado por tortura e ligado a suicídio em SP

Pastor Flávio Amaral. (Foto: Reprodução/YouTube)
Pastor Flávio Amaral. (Foto: Reprodução/YouTube)

Flávio Amaral, que é brasiliense mas mora atualmente em Itanhaém (SP), se apresenta nas redes sociais como um “missionário e pastor, liberto da homossexualidade”. Além da investigação concluída no DF, ele é alvo de outra apuração, ainda mais grave, no Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

A investigação paulista apura crimes de transfobia e tortura, após uma denúncia apresentada pela deputada Erika Hilton e pela vereadora de São Paulo Amanda Paschoal (PSOL). O documento foi protocolado depois que uma jovem trans de 22 anos cometeu suicídio. Segundo a denúncia, a jovem estava passando por um processo de “destransição” e “cura gay” que era promovido pelo pastor.

O Gay1 tentou contato com o pastor Flávio Amaral, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria.

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