Política

Conferência Nacional LGBTQIA+ cobra políticas e proteção no Brasil

Com a expectativa de receber pelo menos 1.500 pessoas em Brasília, a conferência vai até o final da semana.

Enfrentamento à violência, trabalho digno, geração de renda e envelhecimento. Esses são apenas alguns dos temas da 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+. Com a expectativa de receber pelo menos 1.500 pessoas em Brasília, a conferência começou ontem, terça-feira, 21, e vai até o final da semana.

A Rivânia Rodrigues, coordenadora nacional do Candaces, faz parte da Rede Nacional de Lésbicas e Mulheres Bissexuais e Feministas Negras. Ela veio de Pernambuco para participar, em Brasília, da etapa nacional da conferência.

“Pautas gritantes como a maternidade, né, pautas gritantes como a terceira idade, né? Como é que o Brasil é o único país em que as casas de longa permanência não aceitam casais LGBTQIAPN+, minha gente? O Brasil precisa garantir no SUS essa maternidade das lésbicas, dos homens trans. O Brasil precisa entender que a política carcerária ainda não nos representa. Quando sai do cárcere, o que é que tem para o mercado de trabalho, por exemplo, para essa população?”

Até sexta-feira, 1.500 participantes vão debater as reivindicações e propostas discutidas pela sociedade civil em todos os estados. Essa é uma das 13 conferências temáticas do ano. É a oportunidade para diversos setores da sociedade apresentarem ao governo federal sugestões de políticas públicas.

“Mais de 20 mil pessoas participaram desse processo de mobilização, que passou por todos os estados do país. O Brasil, hoje, é o país que mais registra casos de violência e morte de pessoas LGBTQIA+, o que é uma realidade muito triste para a gente. A gente também observa uma exclusão das pessoas LGBTQIA+ do mercado de trabalho e diversas falhas no acesso dessa população a serviços públicos e aos seus direitos humanos e fundamentais”, afirma Hiago Mendes Guimarães, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Foram quase 10 anos sem uma conferência para discutir os direitos das pessoas LGBTQIA+. A 4ª edição está trazendo temas urgentes para essa população: enfrentamento à violência, empregabilidade e a implementação de uma política nacional específica para esse público.

“Pessoas trans negras e mulheres lésbicas negras são as que mais sofrem mais tipos de violências, porque envolvem tanto o racismo quanto a própria LGBTfobia. Assim como a violência contra pessoas idosas, violência contra mulheres, violência contra pessoas com deficiência e contra crianças e adolescentes, esse tipo de violência também merece uma resposta. Nós temos um fenômeno que é a discriminação, que é violência que exclui as pessoas, e esse fenômeno precisa ser enfrentado. Uma das formas de fazer isso é por meio de políticas públicas”, cobra Vitor Kozlowski, da Articulação Brasileira de Gays e Bissexuais.

Abertura da 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, em Brasília, em 21 de outubro. (Foto: Duda Rodrigues/MDHC)
Abertura da 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, em Brasília, em 21 de outubro. (Foto: Duda Rodrigues/MDHC)

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