Distrito Federal

PM que beijou namorado é ameaçado em grupo da polícia no WhatsApp

No áudio, militar homofóbico diz que não admitirá que o praça recém-formado faça parte de sua guarnição e fala em "fogo amigo".

PM publicou foto com beijo em namorado nas redes sociais. (Foto: Reprodução/Instagram)
PM publicou foto com beijo em namorado nas redes sociais. (Foto: Reprodução/Instagram)

Em áudio que circulou num grupo de policiais militares no WhatsApp, um suposto PM ameaça com “fogo amigo” um dos novos integrantes da corporação. O alvo do ataque homofóbico beijou o namorado durante evento de formatura de praças da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no último sábado (11/01/2020). Na gravação, o autor da declaração diz que “pode até ficar calado, mas tem outros jeitos de ‘sancionar’ esse tipo de situação”.

A imagem de dois policiais militares, um homem e uma mulher, beijando os respectivos companheiros durante a formatura ganhou as redes sociais nos últimos dias. Eles passaram a receber tantos ataques homofóbicos quanto mensagens de apoio. A manifestação de carinho provocou a ira de homofóbicos de dentro e de fora da corporação.

Beijo em formatura de PMs causa comentários LGBTfobicos no DF. (Foto: Reprodução/Instagram)
Beijo em formatura de PMs causa comentários LGBTfobicos no DF. (Foto: Reprodução/Instagram)

Na gravação divulgada pelo site Metrópoles, o suposto PM demonstra irritação. Ele se refere ao militar gay e seu parceiro que aparecem na foto como “viadinhos” e afirma que não aceitará a presença do recém-formado em sua equipe.

“Numa guarnição minha, um cara desse não entra. Se entrar, já ouviu falar em fogo amigo? Vocês conhecem o fogo amigo. Fogo amigo não é só atirar nos outros, não. Nós todos já fomos ‘plotados’, já fomos sancionados. Tenho quase 30 anos [de carreira] e sabe que tem isso mesmo”, afirma o suposto militar.

Os ataques homofóbicos segue com ameaças de perseguição, mesmo após a decisão do comando da corporação de proibir manifestações sobre o assunto por qualquer membro da Polícia Militar.

“Antigamente, o cara não podia nem ser cachaceiro que era queimado. Agora, ser viado, passar a mão na bunda e entrar de calcinha na viatura a gente vai aceitar? Porra nenhuma, meu irmão. Essa porra não mudou, não. A gente pode até ficar calado, mas tem outros jeitos de ‘sancionar’ esse tipo de situação”, completa. Ouça:

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