Big Brother: as sexualidades de brothers ao redor do mundo

Confira integrantes lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais do reality

Por Lufe Steffen, especial para o iG e adaptado por Hernanny Queiroz para Gay1 Entretenimento

Jean Wyllys: gay assumido, vencedor do BBB5, hoje deputado federal (Foto: Divulgação)

O Big Brother Brasil 12 está no ar, e com ele uma das maiores polêmicas da história do reality: o caso do suposto estupro envolvendo os integrantes Daniel – expulso da casa – e Monique.

Diante do escândalo, um outro assunto acabou sendo ofuscado: a sexualidade dos participantes.

Desde as primeiras edições do Big Brother – no Brasil ou em outros países -, a identidade sexual de alguns integrantes sempre foi assunto palpitante. Se nas edições pioneiras nem sempre essa identidade era revelada – ficando apenas sugerida -, com o passar dos anos o panorama foi mudando. E assim, cada vez mais integrantes passaram a se assumir, revelando publicamente que eram sim LGBTs.

Tais revelações geraram também diferentes reações por parte do público do reality ao redor do mundo. Aplaudidas ou rejeitadas, incentivadas ou ignoradas, as sexualidades de brothers viraram uma atração à parte. Confira algumas delas a seguir.

Brasil

Dicésar, Serginho e Angélica Morango: o trio de coloridos do BBB10 (Foto: Reprodução)

No BBB, ao longo de 12 edições, muitas e muitos integrantes despertaram suspeitas sobre suas sexualidades. Mas poucos foram as/os que se assumiram sem reservas. Não foi o que ocorreu na primeira edição, em 2002. O cantor André Gabeh, ao ser indagado sobre o assunto, preferiu não deixar clara sua orientação sexual. “As pessoas vão me ver como um cantor, ver a minha arte. Acho que a minha sexualidade não é interessante”, declarou ele ao deixar a casa.

Já em 2005, na quinta edição, Jean Wyllys roubou a cena ao sair do armário logo no primeiro paredão que enfrentou. Jean foi ampliando sua aceitação pública e terminou vencendo o programa, que teve Grazi Massafera como segunda colocada. Depois do reality, ele iniciou carreira na TV, trabalhando no “Mais Você”, de Ana Maria Braga, e atualmente é deputado federal, defendendo causas ligadas ao Direitos Humanos e LGBTs.

Em 2008, o psiquiatra Marcelo Arantes não teve o mesmo desempenho equilibrado de Jean. Marcelo a princípio se declarou gay, depois voltou atrás e disse que era bissexual. Acabou com fama de complicado.

O BBB10 foi o grande boom das sexualidades ecléticas. O trio dos “coloridos”, formado pelos gays Serginho e Dicesar – que encarnava a drag queen Dimmy Kier – e a lésbica Angélica Morango, tornou-se a grande atração do programa. As personalidades fortes e exuberantes de cada um levou-os a conseguir destaque fora da casa, após o término do reality.

Ariadna: eliminada logo no início do BBB11, tornou pública sua transexualidade (Foto: Gianne Carvalho)

No ano seguinte, nova explosão, mas com efeitos contraditórios. Logo no começo, Ariadna foi eliminada, e seu “segredo” revelado: ela é uma transexual. Muito se comentou sobre se a eliminação de Ariadna era reflexo de preconceito. Enquanto ela saía, ficavam na casa Diana – que optou por se declarar bissexual -, Lucival e Daniel. Lucival acabou tendo atuação discreta. Não se pode dizer o mesmo de Daniel, que roubou a cena e conquistou a simpatia geral. Terminou finalista do reality, ficando em terceiro lugar.

Na atual edição, João Carvalho, se declarou gay, e Analice, a primeira eliminada, contou que era bissexual logo na primeira noite juntos aos confinados, durante uma Prova de Resistência.

Daniel, o simpático representante LGBT do BBB11 (Foto: Reprodução)

Inglaterra
Mas não é apenas no Brasil que brasileiros gays participam do Big Brother. Em 2009, o paulista Rodrigo Lopes, que estudava em Manchester, foi selecionado para a versão britânica do reality. Rodrigo se destacou no programa, tornando-se um dos mais queridos integrantes.

Nem seu envolvimento com outro participante abalou sua imagem – muito pelo contrário. Rodrigo iniciou um namoro com Charlie Drummond, que havia sido Mister Gay Newcastle 2007, e concorreu ao prêmio de Mister Gay Inglaterra no mesmo ano.

Rodrigo Lopes: brasileiro gay no Big Brother inglês (Foto: Reprodução)

O casal protagonizou o primeiro beijo gay do Big Brother britânico. Outra cena marcante: Rodrigo e Charlie dividindo a banheira. No final, os dois ficaram entre os cinco finalistas. Rodrigo terminou em quinto lugar, e Charlie, em quarto.

Cinco anos antes, em 2004, o Big Brother inglês já havia mostrado capacidade para abolir preconceitos. A vitória da quinta edição coube a Nadia Almada, transexual portuguesa nascida na Ilha da Madeira. Além de vencer o reality, Nadia foi eleita a concorrente mais bem vestida da casa. Ela passou por uma operação de readequação de sexo pouco antes de ingressar no Big Brother.

Nadia Almada: a transexual vencedora do Big Brother britânico (Foto: Reprodução)

Após a vitória, Nadia iniciou carreira de cantora, atuou em uma novela de TV e tornou-se figura habitual em revistas de celebridades.

Em 2008, na nona edição, havia o integrante Dennis, estudante de dança. Gay assumido, ele dizia adorar o seriado “Will and Grace”, e queria criar uma lei para que todas as pessoas tivessem acesso ao bronzeamento artificial.

E em 2012, mais um representante LGBT integra o Big Brother inglês. O jogador de rúgbi Gareth Thomas – que em 2009 assumiu ser gay – está no elenco da edição Big Brother Celebrity, que o Chanel 5 acaba de estrear, reunindo apenas participantes famosos.

Gareth Thomas: jogador de rúgbi assumido é uma das atrações do Big Brother de celebridades na Inglaterra (Foto: Reprodução)

Argentina
Na Argentina, o caso mais famoso foi o de Alejandro Iglesias. “Nasci mulher, mas psicologicamente sempre me senti um homem”, disse ele abertamente no vídeo de apresentação do programa. Ao ingressar na sexta edição do Gran Hermano, em dezembro de 2010, Alejandro tornou-se o primeiro homem transexual da versão argentina do reality. Alejandro afirmou que decidiu participar do programa para conseguir dinheiro, e assim terminar sua cirurgia de readequação genital. Alejandro não venceu o reality, mas em abril de 2011, obteve do governo argentino a identidade oficial masculina. Em agosto do mesmo ano, apareceu em programas de TV argentinos acompanhado de sua noiva.

Alejandro Iglesias: transexual e foi reconhecido pelo governo argentino (Foto: Reprodução)

Na mesma edição, o Gran Hermano contava com outros dois integrantes LGBT: a lésbica Luz Ríos e o gay Emiliano Boscatto. Emiliano havia sido Mister Gay em uma província espanhola, antes de participar do reality.

Luz Ríos: representante lésbica no Big Brother argentino (Foto: Reprodução)

Em 2007, na quinta edição, o personagem gay era Sebastián Pollastro. Desde o começo, ele se assumiu, e contou até que tentara o suicídio, depois que foi rejeitado pela família por ser gay.

Emiliano Boscatto: integrante do Gran Hermano, o Big Brother argentino (Foto: Reprodução)

Pollastro acabou envolvido em uma suposta trama maquiavélica: o integrante da casa Leandro Maldonado se aproximou de Pollastro, e a princípio desenrolou-se um flerte entre os dois – com direito a cenas em que os dois dormiam na mesma cama.

Mas após deixar a casa, Leandro revelou que se aproximou de Sebastián apenas como uma estratégia para “ganhar pontos” no reality, e afirmou que não é gay.

Sebastian Pollastro: outro integrante gay do Gran Hermano (Foto: Reprodução)

Alemanha
Na décima edição, em 2010, o destaque foi para o casal gay formado pelo argentino Carlos Fassanelli e o alemão Harald. Além de se assumirem como um casal, os dois revelaram serem soropositivos. A reação foi imediata, dentro da própria casa: o participante Horst pediu para deixar o programa, alegando que não queria contato com o casal.

Carlos e Harald: o casal gay e soropositivo do Big Brother alemão (Foto: Reprodução)

Austrália
Na sexta edição, em 2006, David Graham se assumiu gay em pleno programa, diante dos colegas de confinamento. Na sequência, a casa recebeu um novo integrante: Rob Rigley, cabeleireiro que já era gay assumido. David e Rob ficaram amigos. Após o reality, David participou de outro reality, o “Dancing With the Stars”.

Itália
Já na Itália, o tema foi estrelado pelas garotas. Sarah Nile e Veronica Ciardi, integrantes da décima edição do Grande Fratello, em 2010, viraram mania no reality italiano. As duas trocaram beijos na boca, passaram muito tempo juntas na casa, e foram vistas como um casal.

Sarah e Veronica, o casal feminino do Grande Fratello, o Big Brother italiano (Foto: Reprodução)

Porém, ao sair da casa, Sarah disse que seu envolvimento com Veronica foi apenas uma questão de afeto, e que tanto ela quanto a amiga eram heterossexuais. As duas trabalhavam como modelos, e algum tempo depois de saírem do reality, acabaram mantendo o namoro revelado dentro da casa.

Espanha
Uma lésbica já havia aparecido em 2009, na 11ª edição do Big Brother espanhol, o Gran Hermano. Um casal lésbico assumido foi destaque do reality: Laura e Ángela haviam se conhecido pela internet e se casado oficialmente pouco antes de ingressarem no programa. Detalhe: para participarem do reality, as duas tiveram de fingir, dentro da casa, que não se conheciam. Mas o segredo foi descoberto por outra participante.

Laura e Ángela: elas entraram no Big Brother espanhol já casadas (Foto: Reprodução)

EUA
A nona edição da versão americana, em 2008, trouxe no elenco dois homens abertamente gays: Neil Garcia e Joshuah Welch. A produção esperava que os dois se envolvessem, mas o namoro não vingou.

Na mesma edição, havia James Zinkand, também conhecido como Crazy James. Depois de entrar na casa, veio a público que o rapaz havia sido stripper, além de atuar em alguns filmes pornôs gays, onde aparece fazendo sexo com outros homens. Imediatamente as imagens viraram febre na internet.

A edição seguinte trouxe mais um representante: o cowboy gay assumido Steven Daigle, que ganhou prêmios em circuitos gays de rodeio, além de trabalhar como consultor de geografia.

Steven foi mais um a fazer parte do time mundial de integrantes LGBT do reality show mais famoso do planeta. Uma tendência que deve continuar enquanto o programa existir. Que venham as próximas ou os próximos.

Neil Garcia e Joshuah Welch: integrantes gays do Big Brother dos EUA (Foto: Reprodução)
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