LGBTs e simpatizantes irão fazer um beijaço na frente da boate para protestar contra ato de violência ocorrido recentemente.
Do jornal O GIRASSOL
de ativistas LGBTs (Foto: Gustavo Sá)
Em nota enviada ao jornal O GIRASSOL na manhã desta sexta, a diretoria da Bianco Club, tradicional boate de Palmas que agora se vê numa situação delicada diante da comunidade LGBT da região, disse que lamenta o episódio homofóbico e de violência desencadeada por jovens que frequentavam a festa de 5 anos da boate (no Espaço Cultural) contra duas lésbicas, recentemente. De acordo com os ativistas do movimento, esta é a segunda vez que ocorre isso na festa da Bianco.
A diretoria disse que lamenta o ocorrido, e “repudia qualquer ação de violência”. Em relação ao movimento organizado para esta sexta-feira, 11, a administração informa que não é contra qualquer manifestação e que está pronta para receber qualquer cidadão “para esclarecimentos caso tenham interesse”.
De acordo com informações extra-oficiais, 200 pessoas já teriam confirmado a participação no protesto, que deve se tornar marco na luta pela causa LGBT no Tocantins.
Entenda
O Movimento Universitário da Diversidade Afetivo Sexual (MUDAS) organiza o “Beijaço” que será realizado nesta sexta-feira, 11, em frente a boate Bianco Club & Lounge, a partir das 22h30. O MUDAS convida os acadêmicos da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e toda a população para participar do ato contra a homofobia.
Segundo uma das integrantes do MUDAS, Marina de Oliveira Galvão, este protesto acontecerá pelo “descaso da administração do estabelecimento contra casos de agressões verbais e físicas à homossexuais pelo segundo ano consecutivo na festa de aniversário da boate”, nomeada “B-day”, o último no final do mês de abril deste ano.
“O caso registrado foi de um casal de lésbicas que foi violentamente agredida por um grupo de rapazes durante a festa de aniversário da boate este ano, pelo fato, de se sentirem incomodados com o gesto de afeto entre o casal. Os rapazes ficaram incomodados e espancaram o casal na frente dos seguranças da boate, os quais nada fizeram para impedir as agressões, inibir os agressores e se recusaram a auxiliar as vítimas”, conta Marina, lembrando ainda que, no ano de 2011, na mesma festa, um estudante de Artes da UFT e uma estudante de Direito da faculdade, foram violentamente agredidos por um grupo homofóbico na saída desta mesma festa.
Ainda de acordo com Marina, a proposta do manifesto é “mostrar que nossa sociedade precisa construir e firmar as virtudes de igualdade, liberdade, sem preconceitos de origem, raça, cor, sexo, idade ou qualquer outro tipo de discriminação”, arremata.
Lei
O MUDAS pede ainda que a Lei nº 105/09 que está tramitando na Câmara de Vereadores de Palmas seja apreciada e aprovada pelos vereadores, em caráter de urgência. A Lei, segundo Marina, estipula que estabelecimentos que forem denunciados por homofobia, receberá em um primeiro momento uma advertência, segunda vez será aplicado multa e denunciado pela terceira vez está sujeito a perder o alvará de funcionamento. “Precisamos da atenção dos vereadores para que essa Lei seja aprovada o mais rápido possível, se já tivesse em vigor, estaríamos melhor amparados pela Lei”, frisa Marina.
Veja nota da Bianco
A assessoria de imprensa da Boate Bianco Club lamenta o ocorrido na festa B-day Bianco e repudia qualquer ação de violência. O evento B-day Bianco foi totalmente planejado, e para garantir a segurança e integridade dos clientes a Prudence Empresa especializada em segurança foi contratada. Em relação ao movimento organizado para esta sexta-feira, 11, a administração informa que não é contra qualquer manifestação e que está pronta para receber qualquer cidadão para esclarecimentos caso tenham interesse.
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