Criador do maior Tumblr do Brasil já sofreu homofobia: ‘Eu relevo’
DA REDAÇÂO
Marcelo Cidral é um brasileiro com um incrível feito na web. Seu Tumblr (uma espécie de microblog) Como eu me sinto quando… é o terceiro mais acessado no mundo, segundo a empresa de métricas Quantacast, e o único da lista de dez que não é escrito em inglês. Em entrevista ao site TechTudo, o publicitário de 24 anos contou que a ideia de ilustrar situações do cotidiano com GIFs já existia: “Não havia um Tumblr brasileiro que fizesse isso, com situações da nossa realidade e na nossa língua. No começo, a ideia mesmo era retratar a minha realidade.”
Com uma média de 580 mil visitas diárias, Cidral percebeu que seu projeto fazia sucesso com apenas três dias de vida: “Eu vi que tinha mais de 600 pessoas online nele naquele momento. Quase caí da cadeira”. Ao longo dos dias, ele observou amigos e até mesmo a própria mãe compartilhando seus posts sem saberem que eram dele. Publicações como “… Caio na buatchy e tento disfarçar” possuem mais de 16 mil shares no Facebook.
Por ser um Tumblr colaborativo, para o qual os leitores também podem sugerir situações, Cidral recebe milhares de sugestões, além de diversas mensagens: “Muitos e-mails chegam elogiando, o que é ótimo. Tem gente que manda mensagens lindas, falando que o Tumblr alegra o dia delas, que são viciados, que se identificam com tudo. E, de vez em quando, aparecem umas propostas inusitadas, mas a gente ri, né?”.
Entre as respostas positivas, houve o caso de um leitor que estava com câncer e que contou o quanto o Tumblr o ajudou. “É o tipo de feedback mais bacana! Você vê que, mesmo que o Tumblr desapareça do mapa na semana que vem, ele ajudou uma pessoa a rir e superar alguma barra.”
Apesar das mensagens positivas, seu criador, por ser gay assumido, já recebeu comentários homofóbicos. “Falaram que eu devia ‘avisar antes que o Tumblr tem conteúdo gay'”. A página, que usa linguagem LGBT e antes era focada especificamente neste público, passou a expandir o conteúdo para situações gerais com seu sucesso, o que não impediu Cidral de sofrer preconceito. “Apesar de haver situações de gente alienada que acha que tem o direito de censurar o assunto na Internet, eu relevo”, explica.
“Esses dias, com os comentários de Silas Malafaia (pastor que se expressou publicamente contra a união de pessoas do mesmo sexo), eu me senti na ‘obrigação’ de fazer um post sobre ele e postei lá. Não sou ativista da causa de levantar bandeira, mas acho revoltante que um tipo de pessoa como essa tenha tanta exposição na mídia”, continuou.
Ele sitou os cinco posts favoritos. Confira abaixo os melhores “Como me sinto quando…” segundo o próprio autor:
… Vejo os “brindes” que o pessoal da mídia na agência ganha dos clientes.
… Cago na casa de alguém e o cocô não desce.
… Tomo um fora.
Eu:
Meus amigos, tentando me confortar:
… Sábado à noite com as amigas em casa.
Sóbrio:
Bêbado:
… Entro na boate.
… Pego o boy que eu queria, mas o beijo não encaixa.
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