Último trio elétrico da Parada LGBT chega ao Centro de SP

Evento começou às 13h20 deste domingo (10) na Avenida Paulista.
Dispersão ocorreu na Praça Roosevelt, na região central da cidade.

Por Rafael Sampaio e Marcelo Mora

Enorme bandeira com as cores do arco-íris é
estendida na Av. Paulista (Foto: Andre Penner/AP)

O último trio elétrico da 16ª Parada do Orgulho LGBT chegou à Praça Roosevelt, no Centro de São Paulo, onde ocorre a dispersão do evento, por volta das 18h10 deste domingo (10). No horário, ainda havia uma grande concentração de público na Rua da Consolação. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) liberou o trânsito na Avenida Paulista por volta das 18h.

A parada começou às 13h20, com mais de uma hora de atraso, quando o primeiro dos 14 trios deixou o Masp, na Avenida Paulista, no sentido Consolação. Os trios percorreram, ao todo, 3,5 km até a Praça Roosevelt, animando a multidão que acompanhou a parada.

Segundo o tenente-coronel Benjamim Francisco Neto, comandante do 11º Batalhão da Polícia Militar, até as 17h30 haviam sido registrados oito casos de furtos (seis carteiras e duas mochilas). Também houve uma detenção em flagrante por um furto de mochila.

Duas pessoas foram levadas ao 78º Distrito Policial, nos Jardins, porque portavam punhais ao serem abordadas pela polícia. Quem chegava no fim da tarde ao 4º Distrito Policial, na Consolação, por causa de furtos era orientado a registrar o boletim de ocorrência pela internet.

Mais cedo, algumas pessoas chegaram à Avenida Paulista segurando uma faixa “Punks e Skinheads contra a homofobia”. A princípio, a PM barrou o acesso deles ao evento. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), da Polícia Civil, foi chamada, constatou que eram simpatizantes e eles acabaram liberados para participar da parada.

Faixa de skinheads e punks na Avenida Paulista
(Foto: Marcelo Mora)

O grupo formado por 30 pessoas que se declararam skinheads e punks afirmou que esteve na parada com o intuito de esclarecer que são a favor dos direitos LGBTs e contra a homofobia. Duas meninas, que se dizem punks, cobriram o rosto com lenços rosa.

“Na verdade, a única vertente de skinheads verdadeiros são os que estão aqui. O resto são carecas fascistas”, afirmou uma delas. Segundo as duas garotas, a PM, ao barrar a entrada do grupo, tomou as bandeiras. “Só conseguimos entrar várias horas depois de a Parada Gay ter começado.”

Um outro grupo de skinheads foi identificado atrás do Masp e dispersado, segundo a PM. Ainda na concentração da parada, a Polícia Militar tentava impedir que os participantes utilizassem garrafas de vidro. Eles eram aconselhados a despejar o líquido em copos ou garrafas de plástico. A Secretaria da Saúde distribuiu 700 mil preservativos antes da parada.

Marcas do evento
Alegria e descontração são a marca do evento, mas não o único objetivo. Dindry Buck e Send Buck fazem parte do “Esquadrão das Drags”, um projeto de conscientização da juventude LGBT. Elas estão no projeto há um ano, mas frequentam a Parada desde 1997. “Nosso objetivo é conscientizar, sem perder o bom humor”, disseram durante a parada.

Os participantes capricharam nas fantasias. As amigas Desirée Vianna, Marcela Alves e Iluma Paim vieram de Porto Alegre só para a Parada. Elas chegaram na sexta-feira a São Paulo. “A proposta das gladiadoras é fazer uma luta pela paz e pela diversidade”, disse Desirée. Ela conta que o grupo viaja pelo Brasil e participa de paradas em várias cidades.

Geisy Arruda é uma das famosas que prestigiam a festa. “Todos os meus amigos são gays, eu não tenho amiga mulher. É o terceiro ano que eu venho. Eu brinco com os amigos que eu sou um travesti, já nasci operada. Eu já sofri muito preconceito, sei o que os gays sofrem”, afirmou na concentração do evento.

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