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População LGBT ganha relevância nas eleições presidenciais dos EUA

Oito milhões se definiram como gays, lésbicas, bissexuais, travestis ou transexuais que são considerados mais engajados politicamente.

Por Elaine Bast, Do Jornal da Globo

Marqueteiros americanos fatiaram o país, de fato, em vários grupos de eleitores especiais: latinos, judeus, mulheres. Um deles é o eleitorado LGBT. Oito milhões de americanos se definiram como gays, lésbicas, bissexuais, travestis ou transexuais, segundo pesquisa do instituto Gallup.

O papel deles é considerado importante não tanto pelo número, mas, sobretudo, pelo ativismo e engajamento políticos. Desde que o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi autorizado pela primeira vez em um estado americano, há oito anos, 75 mil cerimônias foram realizadas, de acordo com a Marriage Equality USA.

Recentemente, o presidente Obama declarou: “Para mim, pessoalmente, é importante seguir e afirmar que casais do mesmo sexo devem poder se casar”. A posição é oposta a do candidato republicano Mitt Romney. “O casamento é uma relação entre um homem e uma mulher”, afirma.

Obama e Romney estão praticamente empatados nas pesquisas de opinião. Ambos divergem sobre os direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (Foto: Arte Gay1)Obama e Romney estão praticamente empatados nas pesquisas de opinião. Ambos divergem sobre os direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (Foto: Arte Gay1)

Apesar de serem uma parcela pequena da população, LGBTs são considerados mais engajados, porque dedicam mais tempo, energia e dinheiro para as campanhas políticas. Esse espírito de mobilização começou com a busca pela igualdade de direitos. Em 1969, em um bar de Nova York, eles decidiram enfrentar a polícia e se unir para combater a homofobia. Tomaram as ruas e deram início ao movimento do ‘Orgulho LGBT’.

Hoje, segundo analistas políticos, ter o apoio de LGBTs, especialmente em uma eleição apertada como esta, pode ser a diferença entre ganhar ou perder a presidência do país.

Carmem vai às ruas apoiar a reeleição do presidente democrata. No ano passado, ela e a mulher, Dóris, foram as primeiras latinas a oficializar a união no estado. Carmem é influente na comunidade latina do bairro do Bronx, em Nova York. “Se Romney for eleito, esses direitos podem estar ameaçados. Eu peço que minha comunidade saia e vote porque isso é muito sério. A comunidade tem que se unir para se registrar e votar, porque senão não teremos direito de dizer nada”, afirma.

Uma pesquisa feita em setembro mostrou que 67% da comunidade LGBT pensa como Carmem e apoia Obama, sendo que 23% disseram que vão votar em Romney.

Eleitores como Jimmy LaSalvia, fundador de uma organização política em Washington que representa a comunidade LGBT conservadora. “Nós apoiamos questões como a menor intervenção do governo na economia, maior liberdade de mercado. Toda questão que afeta o americano também afeta a população gay e a economia que vai definir esta eleição”, diz.

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