Equipe da Sérvia conquista o tricampeonato da Liga Gay do AM

Time venceu na final a Romênia, por 3 sets a 2, em jogo realizado neste sábado (22). A decisão contou com mais de 600 pessoas, em Manaus.

Por Frank Cunha

Sérvia conquistou a competição três vezes, em 2010, 2011 e 2012 (Foto: Frank Cunha/Globoesporte.com)

Sucesso garantido. Assim pode ser definido a 21ª edição da Liga Gay de Voleibol do Amazonas. Com um público estimado em mais de 600 pessoas presentes, na tarde deste sábado (22), no ginásio da Escola Estadual Adelaide Tavares de Macedo, Zona Centro-Oeste de Manaus, compareceram na final protagonizada pelas equipes da Sérvia e Romênia, na disputa pelo título Estadual de 2012.

Alegria, música, irreverência e as tradicionais provocações não faltaram entre os atletas dentro de quadra. Gay assumido, Layza Bombom (nome do personagem caracterizado), torcedora da Romênia destacou a diferença da Liga Gay entre as competições de voleibol realizada na cidade.

Provocações fazem parte do show
(Foto: Frank Cunha/Globoesporte.com)

– A liga gay é diferente, porque somos todos gays e animados. Estamos aqui para divertir e animar quem estiver jogando e torcendo pelas equipes. Esse público aqui já participa há anos e estão acostumados, porque são parentes e amigos que vem para se divertir e assistir os jogos – destacou.

Criada em 1970 por Agenor Peixoto, atual presidente da Liga Gay do Amazonas, ele diz que o torneio tem regulamento próprio, na qual um dos principais pré-requisitos é ser gay e assumido. Em 2012 com 16 equipes inscritas, a competição se destacou pelo trabalhado da classe na luta contra homofobia e aliado ao sucesso de público.

– O sucesso absoluto é graças a colaboração das equipes para que esse campeonato venha a ser prolongando a cada ano. Fazemos o social e trabalhamos com informações de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis com distribuição de panfletos e preservativos, além das palestras para educar o atleta. Acho que isso é uma resposta a federação de voleibol, que sempre discriminou os gays nas competições, por isso que público simpatizante não é só o gay, pois mesmo pagando, vem em massa para prestigiar o evento.

Competição tem o mesmo nível de campeonatos oficiais (Foto: Frank Cunha/Globoesporte.com)

Composta de gays e simpatizantes, a competição ao longo do anos cada vez atrai mais a presença do público manauara nos jogos. Acostumada a rotina de jogos e rivalidade, o jogadora Jeniffer Costa da categoria juvenil, da equipe do Miguel de Cervantes, soube da realização da competição. A jovem acredita que o torneio deveria receber apoio da Federação Amazonense de Voleibol.

– É muito bom prestigiar o evento deles. Eles jogam muito, se dedicam ao esporte e é bom assistir. Acho que o torneio deveria ser ligado a federação (voleibol) e eles tem direito de jogar. A federação deveria apoiar um pouco mais e fazer competições para os gays e ajudar o vôlei gay crescer.

Atletas das categorias juvenis prestigiaram a final
(Foto: Frank Cunha/Globoesporte.com)

Jogo
Na decisão da 21ª edição da Liga Gay de Voleibol do Amazonas, a Sérvia levou a melhor sobre a Romênia e conquistou o terceiro título consecutivo. A partida foi decidida no tie-break e durou 02h10mim. Os sérvios perderam o primeiro set por 35 a 33, e se recuperaram no segundo, de 25 a 20 e no terceiro set venceram de 25 a 22. Os romemos chegaram ao ampate no placar, depois de vencerem o quarto set por 25 a 17.

No set decisivo, a disputa estava acirrada até o 11º ponto, quando Felipe Souza da Sérvia acertou dois pontos e abriu uma vantagem no placar. A partir daí foi administrar o placar e fechar por 15 a 13, e conquistar o tricampeonato Amazonense da Liga Gay.

Eleito como destaque e jogador de melhor saque do campeonato pela Sérvia, Barbie protagonizou um duelo na final conta Francis, atleta peruano que atua na Liga Profissional do Peru e que jogou pela Romênia nos jogos decisivos. Após a final, o jogador declarou sua paixão pelo esporte e o orgulho de conquistar o terceiro título.

Barbie (centro) atua como ponta, foi eleito destaque da final (Foto: Frank Cunha/Globoesporte.com)

– Em relação a competição é uma honra participar, porque o intuito principal do torneio é a inclusão dos homossexuais que ainda tem uma discriminação muito grande, além de mostrar o nível da competição e as brincadeiras que é de alto nível. A liga é considerada hoje no Amazonas a de maior nível técnico, e o título conquistado os atletas investem e se dedicam muito para isso. Não tenho nada contra os adversários, a rivalidade fica tudo em quadra. E nada contra também sobre o jogador que veio do Peru, mas espero que ele volte para seu país – brincou o jogador.

Responsável pelos dois pontos que abriram a vantagem sobre a Sérvia, o atacante Felipe Souza destacou o nível dos adversários na decisão, agradeceu o trabalho de seus companheiros e a satisfação de jogar em uma competição disputada só por gays.

Decisão teve mais 600 pessoas presentes (Foto: Frank Cunha/Globoesporte.com)

– A equipe deles é muito boa, mas tem atletas muitos novos e na hora de uma reação não tiveram experiência. Agente treinou muito, nos empenhamos no trabalho físico na areia, treinos táticos e técnicos e jogos amistosos. Quero agradecer ao empenho de toda equipe. A Liga Gay está acima de qualquer competição Amazonense, por ter tido 16 equipes na competição, onde os atletas tiram do bolso para jogar voleibol. O torneio é engraçado e aqui é uma confraternização dos gays, porque quebra muitos preconceitos – declarou.

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