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Padre polonês que saiu do armário é suspenso do sacerdócio

Da EFE

Foto: Tiziana Fabi / AFP

Padre polonês Krysztof Olaf Charamsa revelou sua orientação sexual à imprensa.

O padre e teólogo Krysztof Charamsa, que tornou pública sua orientação sexual e disse ter um companheiro, não poderá mais exercer o sacerdócio.

O bispo de Pelplin, na Polônia, Ryszard Kasyna, enviou um e-mail a Charamsa, ao qual a agência EFE teve acesso, no qual comunica sua suspensão por defender postulados contrários à doutrina da igreja.

Charamsa já tinha sido expulso da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, onde trabalhava e dava aulas de teologia em uma universidade católica.

O sacerdote também foi proibido de vestir o hábito religioso.

Sem recurso
Charamsa declarou à EFE que “na prática da igreja não há nenhuma esperança real de poder apresentar recurso nem de pedir explicações sobre uma pena considerada injusta, especialmente quando não são especificadas razões concretas nem se precisam as causas da pena”.

O sacerdote, que foi transferido para Barcelona, onde vive com seu companheiro, assinalou que “na Polônia os bispos há tempos promovem, ou não condenam, uma linguagem católica de ódio contra minorias sexuais”.

O bispo da Polônia já havia anunciado a Charamsa no último dia 10 que ele estava cometendo “erros doutrinários contrários à Sagrada Escritura e aos ensinamentos da igreja”.

Charamsa considerou a acusação muito genérica e pediu que o bispo especificasse “quais verdades ele não estava respeitando” para poder preparar sua defesa. Ele também solicitou que a igreja “não promovesse a linguagem de ódio e violência própria da homofobia, que é contrária à Sagrada Escritura”.

A resposta veio na forma de um decreto de suspensão do exercício de suas funções sacerdotais.

Foto: Alessandra Tarantino/AP

Charamsa com namorado; ele foi suspenso de seus cargos.

Reação do Vaticano
O Vaticano declarou no dia 3 de outubro que considera muito o grave o fato de o padre polonês ter saído do armário à imprensa um dia antes do início do sínodo sobre a família.

O padre Krysztof Olaf Charamsa, nascido em Gdynia (Polônia) há 43 anos revelou sua orientação sexual a dois jornais, e admitiu ter um companheiro.

“Sei que terei de renunciar a meu ministério, apesar de ser a minha a vida”, declarou ao jornal italiano Corriere della Sera.

“Sei que a Igreja me verá como alguém que não soube cumprir com seu dever (castidade), que se extraviou e, se não fosse pouco, não com uma mulher e sim com um homem!”, acrescentou.

O Vaticano não demorou a reagir.

“A escolha de fazer uma declaração tão impactante um dia antes da abertura do sínodo é muito grave e irresponsável”, afirmou o padre Federico Lombardi, “porque tenta submeter à assembleia dos bispos a uma pressão midiática injustificada”.

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