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Britânicas do hóquei casadas há três anos disputarão final olímpica juntas

Por Alexandre Alliatti e Gabriele Lomba

Britânicas do hóquei casadas há três anos disputarão final olímpica juntas

Foto: Reprodução/Instagram

Kate e Helen Richardson-Walsh são casadas desde 2013 e agora buscam ouro olímpico.

Helen e Kate disputam Olimpíadas juntas desde 2000. Mas esta é a primeira com o mesmo sobrenome: Helen e Kate Richardson-Walsh. As jogadoras da seleção britânica de hóquei são casadas desde 2013. E estão garantidas na primeira final olímpica de suas vidas.

As duas foram decisivas para a Grã-Bretanha superar a Nova Zelândia por 3 a 0, nesta quarta-feira, e ir para a decisão dos Jogos do Rio – contra a Holanda, às 17h de sexta-feira. Kate, capitã do time, foi o centro da força defensiva da equipe, que passou incólume pelo ataque neozelandês; e Helen, que começou no banco, sofreu a falta e fez a cobrança do segundo gol, quando a partida estava complicada.

Para elas, a chance de disputar o ouro é uma grande conquista. A dupla batalha junta pelo título olímpico há quase duas décadas. Os resultados vêm sendo crescentes: oitavo lugar em Sydney 2000, sexto em Pequim 2008, terceiro em Londres 2012. E agora, como casal, viverão o grande momento de sua vida esportiva.

“Será muito especial. Passamos por altos e baixos. Nesses últimos quatro anos, vivemos o melhor e o pior. Foi duro. Helen passou por duas cirurgias nas costas. Ela pensou que nunca mais jogaria. Estar aqui, em uma final olímpica, é uma história incrível. Fico muito feliz de estar dentro disso. É uma grande história” disse Kate.

Britânicas do hóquei casadas há três anos disputarão final olímpica juntas

Foto: Reprodução/Instagram

Kate e Helen tentam medalha de ouro juntas.

A capitã da equipe está em seu segundo relacionamento com atletas do hóquei. Antes, viveu com Brett Garrard, líder da equipe britânica de hóquei nos Jogos de Atenas 2004. A relação terminou às vésperas do casamento deles, marcado para outubro de 2008. E aí Kate começou a namorar com Helen – que era sua colega na seleção desde 2000. Elas já disputaram os Jogos de Londres como casal – e então formalizaram a união em 2013.

Em uma Olimpíada marcada pela diversidade, elas comemoram ser um símbolo de amor igualitário. Kate ficou sabendo do pedido de casamento recebido por Izzy Cerullo, da seleção brasileira de rugby – que disse sim à namorada, Marjorie Enya, ainda no gramado do estádio de Deodoro. E adorou a cena.

“Eu vi! Foi fantástico. É a primeira Olimpíada que é mais aberta, mais receptiva. É uma questão de quem somos. No nosso time, ame quem você amar, ninguém é julgada. O amor é amor. Tenho muito orgulho de fazer parte de um time que pensa assim”.

Britânicas do hóquei casadas há três anos disputarão final olímpica juntas

Foto: Reuters

Kate Richardson-Walsh, de vermelho, em ação contra a Nova Zelândia.

Kate vive uma situação inusitada: aos 36 anos (Helen tem 34), do alto do posto que atleta que mais vezes defendeu a seleção britânica de hóquei na história, ela é a capitã do time. Com isso, precisa comandar a própria esposa. Mas garante: não há problema algum nisso.

“Quando estamos em um jogo ou um treino, ela é Helen, eu sou Kate, e somos duas jogadores distintas. Quando vamos para casa, somos a Kate e a Helen casadas. A vida profissional e a vida pessoal são muito separadas”.

Dores e sonho
As duas tiveram que passar por dores para chegar à decisão olímpica. Kate, em Londres 2012, ficou marcada por quebrar a mandíbula em uma partida e se recuperar em tempo de ganhar o bronze – o taco de uma adversária acertou seu rosto. Agora, quem sofreu foi Helen.

Britânicas do hóquei casadas há três anos disputarão final olímpica juntas

Foto: Reprodução/Instagram

Kate e Helen começaram a se relacionar em 2008.

A camisa 8, no momento em que foi cobrar o pênalti, sentiu uma lesão muscular que a retirou do jogo. Após a partida, estava mancando – por isso, não deu entrevistas. Ela será reavaliada para saber se poderá disputar a final.

A eventual ausência seria uma dor para uma atleta que padeceu com lesões. Entre janeiro de 2003 e janeiro de 2005, ela não conseguiu jogar – passou por três cirurgias no tornozelo. Depois, teve operações nas costas em 2014 e 2015, auge do ciclo olímpico para o Rio. Ela temeu não fazer parte da Olimpíada – até porque havia 31 atletas pré-convocadas, e só 19 seriam efetivamente chamadas. No fim, seu nome foi confirmado na lista definitiva.

Para o casal, a chance de ganhar a medalha de ouro no Rio é um sonho que beira a incredulidade.

“Estou muito empolgada. É até um pouco surreal. Você está focada no momento, e até esquece que está em uma semifinal de Olimpíada, que estará em uma final se ganhar. (…) Houve tantos momentos lindos. Adoraria subir no pódio e cantar o hino nacional. Eu via Olimpíadas com 12, 16 anos, e queria muito estar no topo do pódio”.

A Grã-Bretanha venceu seus seis jogos até aqui na Olimpíada. Fez 18 gols, sofreu cinco. A Holanda, sua adversária na decisão, teve campanha mais irregular: quatro vitórias e dois empates.

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