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Freixo responde Crivella por comentário homofóbico em debate na TV Record

Por Jean Wyllys Freixo responde Crivella por comentário homofóbico em debate na TV Record

POR JEAN WYLLYS

No debate da Globo, Freixo arrasou! Mas eu quero falar aqui do debate anterior, que teve menos audiência, na TV Record, porque nele aconteceu algo muito importante que mostra claramente o que estará em jogo no segundo turno das eleições municipais — e deixa claro que é imprescindível que Marcelo esteja nele, para enfrentar e derrotar o bispo Marcelo Crivella.

Em um dos blocos do debate, Fascista Jr. fez uma “pergunta” ao candidato do PRB e da família Garotinho sobre a “ideologia de gênero”, aquela ficção que os fundamentalistas inventaram para se referir à educação inclusiva e respeitosa dos direitos das mulheres e da população LGBT. A “pergunta”, como não podia ser de outra forma, foi bizarra, tosca, com toda a ignorância de quem a formulava, mas o mais grave foi a resposta do candidato que lidera as pesquisas — e que precisa ser derrotado no segundo turno por uma candidatura que realmente represente o oposto às suas ideias reacionárias e medievais. Crivella ficou empolgado e fez uma demonstração assustadora de preconceito e reacionarismo, deixando claro que a ÚNICA família que ele reconheceria como prefeito é a “família tradicional” formada por homem e mulher.

Desconhecendo a decisão do Supremo Tribunal Federal, que reconheceu que os casais formados por pessoas do mesmo sexo, com ou sem filhos, também constituem família e têm, portanto, os mesmos direitos constitucionais que as famílias formadas por casais heterossexuais, e desconhecendo a decisão do Conselho Nacional de Justiça que regulamentou em todo o Brasil o casamento civil igualitário, o bispo Crivella esclareceu que, se ele for prefeito, todas as nossas famílias serão negadas, desconhecidas, desrespeitadas, ignoradas pelo município. Como se nós não existíssemos.

Ele fica chateado quando as pessoas lembram que é bispo da Universal e sobrinho de Edir Macedo, mas cada vez que o tema da diversidade sexual vem à tona, a máscara de moderado cai e reconhecemos nele o fundamentalista homofóbico que sempre foi.

Contudo, o diálogo amigável entre esses dois candidatos — que, no fundo, são tão parecidos — não ficou sem resposta, porque havia no debate um candidato realmente diferente. Mesmo que não tivesse direito a fala nesse momento, Marcelo Freixo esperou sua vez e, quando o candidato Índio da Costa perguntou a ele sobre outro assunto, ele fez questão de dedicar a primeira parte de sua resposta a responder às barbaridades que tinham sido ditas anteriormente e dizer com todas as letras que, para ele, “toda forma de amor vale a pena”. Ninguém tinha perguntado a opinião dele sobre o assunto e ele poderia ter se omitido, como fazem outros candidatos, por medo de perder votos defendendo veado. Mas ele não se omitiu. E ainda deu uma aula sobre direitos humanos, justiça social e prioridades do poder público para melhorar as condições de vida dos que mais precisam.

Agora você entendeu por que precisamos de Freixo no segundo turno? Quem, senão ele, vai enfrentar e derrotar o candidato do fundamentalismo e impedir que sua igreja homofóbica tome conta da nossa cidade?

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