Atual campeão mundial do salto com vara e um dos principais rivais do brasileiro Thiago Braz, o canadense Shawn Barber falou na segunda-feira que é homossexual. Ele recorreu a uma breve postagem no Facebook para tornar pública sua orientação. “Gay e orgulhoso. Obrigado aos meus pais pelo grande suporte. Eu continuo a crescer como pessoa e tenho um grande grupo de apoio”, postou.
Barber tem 22 anos e, ainda que nascido no sul dos Estados Unidos, defende o Canadá no atletismo. Ele surpreendeu ao ganhar a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em casa, com direito a recorde da competição (5,80m). Dias depois, faturou o título mundial, o primeiro do atletismo canadense em 12 anos. Nos Jogos Olímpicos do Rio, ficou apenas no 10º lugar.
Ele, porém, quase não participou da Olimpíada, depois de ter testado positivo para cocaína em exame antidoping realizado na seletiva canadense, em julho. O caso só foi revelado depois de encerrados os Jogos. Mesmo o julgamento, dois dias antes da final do salto com vara, em plena Olimpíada, foi mantido em sigilo pelos canadenses.
Barber conseguiu provar sua inocência alegando que procurou por um “encontro casual” em um site especializado para “aliviar o stress” durante a seletiva canadense, realizada em Edmonton. Ao descrever a mulher que procurava, deixou claro que ela precisava ser “livre de drogas”. Esse detalhe acabou salvando a carreira do saltador, uma vez que o tribunal entendeu que ele tomou as medidas necessárias para não se envolver com nada ilícito.
A profissional contratada, que compareceu ao julgamento, revelou que cheirou cocaína cerca de três horas antes do encontro e depois, voltou a cheirar a substância no banheiro da suíte de Barber no hotel. O atleta contou que ficou por meia hora com a mulher, a quem beijou sem notar um “gosto estranho”. Ali, porém, ele teria ingerido uma pequena dosagem de cocaína. Ainda que o comitê olímpico canadense tenha pedido uma suspensão de quatro anos, ele foi apenas advertido.