Um capitão do exército sul-coreano foi condenado por uma corte militar nesta quinta-feira por ter mantido relações com um soldado, informa a BBC. A pena é de seis meses de prisão, mas está suspensa por um ano. O militar, que não teve o nome divulgado, também será exonerado com desonra.
Ser LGBT não é crime entre civis na Coreia do Sul, mas a Lei Criminal Militar proíbe relações entre pessoas do mesmo sexo. O texto prevê que militares envolvidos em “sodomia ou outras condutas vergonhosas” estão sujeitos à pena de prisão por até dois anos.
Após a leitura do veredito, o capitão desmaiou e foi levado para um hospital. Grupos ativistas defendem o militar e consideram a decisão injusta.
“Esta condenação injusta deve ser revertida imediatamente”, disse Roseann Rife, diretora da Anistia Internacional. “Ninguém deve ser processado apenas por sua orientação sexual ou identidade de gênero. O que importa é o serviço, não a sexualidade”.
Em abril, a ONG Centro para os Direitos Humanos de Militares da Coreia do Sul acusou o exército de rastrear possíveis soldados LGBT, sob ordens do general Jang Jun-gyu. Após a investigação, entre 40 e 50 nomes foram colocados numa lista. O exército negou o fato.
A condenação acontece na mesma semana em que um casal gay foi punido com chibatadas na província de Aceh, na Indonésia. Por outro lado, a justiça de Taiwan considerou inconstitucional a proibição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que abre caminho para que a união igualitária seja legalizada pela primeira vez num país asiático.