Ativistas LGBT realizaram um protestaram nesta quinta-feira (27) no Museu da Republica, na Esplanada dos Ministérios em Brasília, contra a liminar do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal do DF, que abre caminho para que psicólogos proponham tratamentos de “reversão” da sexualidade, a chamada “cura gay”.
O grupo começou a se reunir depois das 17h no vão da Biblioteca Nacional com uma bandeira do arco íris gigante e cartazes. Às 20h, mesmo com chuva, os manifestantes foram para a Rodoviário do Plano Piloto, onde gritaram palavras de ordem.
Na última segunda-feira (18), a Justiça do DF passou a permitir que psicólogos tratem pessoas LGBT como doentes, liberando a realização de “terapias de reversão”. Esse tipo de tratamento é proibido desde 1999 por uma resolução do Conselho Federal de Psicologia que repudia este tipo de terapia e deixa claro que ela representa “uma violação dos direitos humanos e não tem qualquer embasamento científico”. O órgão recorreu.
A medida judicial reafirma, mais uma vez, a crescente onda conservadora no país, como destaca o representante do Movimento Social LGBT, Henrique Elias. Ele relembrou a luta da comunidade no âmbito Distrito Federal contra a derrubada do decreto que regulamentava a lei anti-LGBTfobia. “Foram 17 anos de lutas para que se regulamentasse a lei. Quando conseguimos, a Câmara Legislativa, fundamentada por ideais conservadores, foi lá e derrubou”, disse.
Elias ressalta que essas determinações só uniram a comunidade. “É contra os inúmeros retrocessos lutamos e resistimos. Estamos mostrando que não estamos parados e que não aceitaremos ser tratados como doentes”, afirmou.