Silvero Pereira e Carol Duarte estiveram, na manhã desta quarta-feira, no “Mais você” apresentado por Patrícia Poeta e Zeca Camargo. Os atores, que estrearam na televisão com “A força do querer”, conversaram com os jornalistas sobre o sucesso da trama de Gloria Perez. O cearense assume que ficou nervoso antes da primeira cena:
“Meu primeiro dia na emissora foi assustador. Entrei no estúdio apavorado porque não tinha experiência de câmera (…) Não tinha feito televisão e realmente é diferente. É uma outra maneira de trabalhar”.
Ao relembrar cenas marcantes de “A força do querer”, o artista, que interpreta a travesti Elis Miranda, se emocionou ao citar a discriminação que ele e muitos de nós sofremos diariamente:
“Estou emocionado porque não é só na ficção. Esses personagens têm isso. A gente defende essas pessoas através do nosso trabalho (…) É nossa maneira de intervir nesta violência (LGBTfobia). De alguma maneira a gente consegue fazer com que nosso trabalho atinja a sociedade. A arte me trouxe muita coisa boa porque consegui juntar a arte com a vida (…) Eu já sofri muito preconceito. O preconceito no Brasil não é só sobre sexualidade. Eu sou cearense, nordestino (…) O fato de ser pobre, de estudar em escola pública (também marcou)”.
Carol Duarte considerou a oportunidade de informar quem não conhecia os temas abordados.
“É mais legal falar sobre trans com uma pessoa que não é, que não sabe que é. Às vezes o preconceito vem da ignorância, vem do desconhecimento. Então, falar com tantas pessoas assim me emociona muito, me move muito neste trabalho. O teatro tem o seu encontro, que é superpotente, mas tem uma dimensão”.
Durante o bate-papo, Carol Duarte também abordou a caracterização após a transição de Ivan. A paulistana explicou que o processo de aplicação dos pelos da barba dura horas.
“Essa barba que aparece é colocada fio por fio, são duas horas, demora bastante, mas ficou muito verdadeiro”, diz ela, que nunca tinha feito TV nem cinema: “Eu ia gravar uma cena com a Lília Cabral. Eu estava nervosa, ela me recebeu super bem, o Rogerio Gomes, diretor da novela, viu que eu estava meio nervosa e me deu um abraço. Aí eu já fiquei mais relaxada”, detalhou.