O que Uber, Doritos, Skol e Burger King tem a dizer sobre a eminência do fascismo no Brasil?

O que Uber, Doritos, Skol e Burger King tem a dizer sobre a eminência do fascismo no Brasil? (Foto: Arte/Gay1)
O que Uber, Doritos, Skol e Burger King tem a dizer sobre a eminência do fascismo no Brasil? (Foto: Arte/Gay1)

Nunca os direitos civis da comunidade LGBT estiveram tão ameaçados e atacados. O que as grandes empresas que supostamente nos apoiam estão fazendo para impedir uma tragédia que pode ser eminente contra nós?

Na última parada do Orgulho LGBT de São Paulo, considerada a maior parada de celebração da diversidade sexual do mundo, algumas das maiores marcas do país apoiaram o evento colocando trios elétricos, distribuindo brindes e contratando artistas. Tais empresas não se furtaram do nobre papel de defender a liberdade e os direitos civis básicos dos milhões de homens e mulheres lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais brasileiros.

Uber na Parada do Orgulho LGBT de Chicago. (Foto: Reprodução)

No entanto, como uma espécie de vingança contra os recentes avanços que a comunidade LGBT tem obtido no Brasil, uma parcela da população encontrou no candidato que representa os ideais fascistas uma esperança de frear e se possível caçar os nossos direitos ainda em processo de consolidação. Não podemos nunca esquecer que, nos últimos 28 anos, o candidato fascista e sua família parasitaram o Estado pregando abertamente ódio e violência contra os homossexuais. Em um eventual governo fascista os homossexuais tendem a serem cada vez mais perseguidos e usados como alvos de calúnias e difamações com o objetivo de legitimar a violência cotidiana contra nós, que já piorou após o inicio desse pleito.

Latinhas da Skol as cores do arco-íris. (Foto: Divulgação)

Diante desse quadro aterrador que se vislumbra no horizonte, o silencio dessas grandes marcar diz muito sobre o modo como estávamos sendo vistos por elas? Se até alguns meses atrás a Skol (considerada por alguns especialistas como uma das marcas mais valiosas do país) mudava sua logo para incorporar as cores da bandeira do arco-íris, por que agora ela se cala diante da possibilidade de casacão dos nossos direitos? Se a Doritos pode espalhar banners e outdoors usando diversas figuras públicas LGBT para divulgar seus salgadinhos, por que não pode fazer o mesmo para avisar a mesma comunidade que ela corre perigo com um governo fascista que ensina que vizinhos homossexuais desvalorizam imóveis?

Doritos Raibow, em comemoração a Parada LGBT de São Paulo. (Foto: Divulgação)

Por que a Uber não se posiciona claramente sobre os perigos do discurso homofóbico e não conscientizou por nenhum segundo seus motoristas de que gays não são apenas uma carga sem direitos ou sentimentos que eles transportam de um lado para o outro? O que a maior empresa de transporte privado do país, que revolucionou o mercado de locomoção do mundo, tem a dizer sobre um candidato que associa um dos seus maiores públicos (gays) com toda sorte de crimes e desvios?

Participante da 21ª Parada LGBT de São Paulo com a coroa arco-íris do Burger King.
(Foto: Cesar Itiberê / Fotos Públicas)

É muito importante o apoio das grandes empresas no combate a homofobia. Mas para além das festas e da visibilidade imensa que a parada do orgulho traz. Onde estão essas empresas AGORA que nós realmente precisamos delas? Agora que nossas vidas estão em risco onde elas estão, ou a Burger King vai nos ajudar colocando coroas de papel sobre nossos cadáveres?

Essas empresas trocaram a nossa cidadania e nossa sobrevivência pelo aumento do valor de suas ações na bolsa?

Vamos todos deixar essa tragédia acontecer no país?

Burger King procura cada vez mais se associar com campanhas que defendem causas. (Foto: Divulgação)
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