Pará

Aos gritos de ‘É Bolsonaro’, transexual é agredida a coronhada em Santarém

Jovem estava acompanhada de uma amiga, mas só ela foi agredida. Caso aconteceu no bairro Maracanã.

Luana perdeu dentes e ficou com a perna cheia de escoriações após agressão motivada por transfobia (Foto: Luana Trans/Arquivo pessoal)
Luana perdeu dentes e ficou com a perna cheia de escoriações após agressão motivada por transfobia (Foto: Luana Trans/Arquivo pessoal)
Um caso de violência contra a uma jovem transexual foi registrado em Santarém, oeste do Pará, na madrugada desta segunda-feira (5), na travessa E, bairro Maracanã. Ela caminhava em companhia de uma amiga, quando foi abordada por um homem que gritava “É Bolsonaro! É Bolsonaro!”, e a agrediu com soco e uma coronhada.

Segundo relato de Luana Trans, de 26 anos, quando o homem passou de carro ao lado dela e da amiga gritando, ela achou que era brincadeira, até se aproximar do veículo. “Eu vinha subindo a travessa E com uma amiga. O carro passou do nosso lado e o cara do banco de trás gritou ‘É Bolsonaro! É Bolsonaro!’. O carro parou um pouco à frente e quando chegamos perto ele desceu com uma arma na mão e foi logo me dando uma coronhada, gritando ‘É Bolsonaro’! A pancada foi tão forte que eu fiquei zonza, mas senti que tinha quebrado meus dentes”, contou.

Ainda segundo Luana, o agressor partiu pra cima dela e pediu que ela “passasse” tudo o que tinha de valor. “Nesse momento a minha amiga tentou correr. Ele foi atrás, segurou ela, mas não bateu. Foi aí que eu corri, acabei caindo, me ralei na perna e nos pés. Ele me puxou pelo cordão, me deu um soco, e foi embora sem levar nada”, disse.

Após a agressão, Luana foi socorrida por uma senhora que passava pelo local. A violência da coronhada de fato quebrou vários dentes da vítima. Ela acredita que a violência foi motivada por transfobia.

Luana foi vítima de violência quando caminhava por rua do bairro Maracanâ, em Santarém. (Foto: Luana Trans/Arquivo pessoal)
Luana foi vítima de violência quando caminhava por rua do bairro Maracanâ, em Santarém. (Foto: Luana Trans/Arquivo pessoal)

“Eu acredito que não serei nem a primeira nem a última. Tenho certeza que foi homofobia. Ele não bateu na minha amiga, foi diretamente em mim, por preconceito. Estou me sentindo humilhada e revoltada com tudo isso”, declarou Luana.

Ainda assustada com a violência da qual foi vítima, Luana vai procurar a UIPP do bairro Alvorada para registrar boletim de ocorrência. Ela não conseguiu anotar a placa do carro que transportava o agressor, mas sabe que é um gol de cor preta.

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