Transexual é executada com onze tiros no Bairro Laranjeiras em Uberlândia
Vítima tinha 26 anos e já havia sofrido uma tentativa de homicídio há cerca de um mês. Motivação e autoria do crime são apuradas.
Segundo as primeiras informações da Polícia Militar (PM), a vítima foi executada com onze tiros. O crime ocorreu por volta das 8h20 na Rua Liopino Lourenço de Araújo. Os militares acionaram a perícia da Polícia Civil e o local foi isolado.
Os vizinhos disseram ter ouvido uma discussão e depois os gritos de socorro da jovem. Os disparos ocorreram em seguida. A informação é de que Nicolly estava indo para a academia no momento em que foi abordada pelo assassino.
Os rastreamentos estão sendo feitos na tentativa de identificar o autor do homicídio. A motivação do assassinato também é apurada.
Ameaças
Vizinhos e amigos da vítima contaram que ela estava sendo ameaçada pessoalmente e por celular, sendo que já havia sofrido uma tentativa de homicídio há cerca de um mês. Na época, uma pessoa encapuzada a chamou na antiga casa em que morava e disparou duas vezes em direção a ela, mas a jovem não foi atingida.
“Extraoficialmente tomamos conhecimento que pode ter ocorrido essa tentativa e que ela mudou de endereço, foi morar com amigos, por medo. O atentado não foi registrado em boletim de ocorrência e isso acaba dificultando um pouco os trabalhos de investigação”, comentou o aspirante da PM, Állysson Manoel dos Santos.
A polícia não informou o teor das mensagens recebidas, mas o celular da vítima foi apreendido para auxiliar nas investigações.
Amigos se solidarizam
Na página pessoal do Facebook, amigos de Nicolly lamentam a perda precoce da jovem. Em uma das mensagens, uma jovem diz que a amiga partiu pelas mãos de “seres horríveis e preconceituosos” e relembra que ela era uma mulher incrível.
Em outra postagem, uma amiga também trans escreveu “mais uma de nós que se vai com tanto requinte de crueldade. Uma menina que só queria ser mulher, ser feliz e estar de bem com a vida”.