Carnaval

Com homenagem a Marielle Franco, Mangueira vence carnaval do Rio

Escola foi a sexta a se apresentar na segunda noite de desfiles e emocionou o público da Marquês de Sapucaí.

Mangueira emociona com homenagem a Marielle Franco. (Foto: Sputnik / Paula Magalhães)
Mangueira emociona com homenagem a Marielle Franco. (Foto: Sputnik / Paula Magalhães)
Com homenagem à vereadora Marielle Franco, a Estação Primeira de Mangueira venceu o carnaval do Rio de 2019. A leitura das notas das escolas de samba foi realizada nesta Quarta-feira de Cinzas, 6, na Marquês de Sapucaí, sob clima de comemoração entre diretores da agremiação e torcedores na quadra da escola. A Mangueira liderou a apuração desde o primeiro quesito e conquistou neste ano seu vigésimo título.

Sexta escola a se apresentar na segunda noite de desfiles, já ao amanhecer de terça-feira, 5, a verde e rosa se equiparou a outras em fantasias e alegorias, mas arrebatou a plateia com uma comovente homenagem a Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018 no centro do Rio. A parlamentar era citada nominalmente no samba, o mais cantado deste carnaval.

Marielle foi figura central de um enredo que elogiava heróis populares brasileiros não reconhecidos na maioria dos livros didáticos e demais registros históricos. O auge da comoção ocorreu na parte final do desfile, onde correligionários, familiares e apoiadores da vereadora balançavam bandeiras com retratos de Marielle e outras lideranças populares, enquanto outros carregavam uma imensa bandeira do Brasil onde o lema positivista “ordem e progresso” foi substituído por “índios, negros e pobres”.

Mônica Benício, viúva de Marielle Franco, participa de homenagem da Mangueira à vereadora assassinada. (Foto: Reprodução/TV Globo)
Mônica Benício, viúva de Marielle Franco, participa de homenagem da Mangueira à vereadora assassinada. (Foto: Reprodução/TV Globo)

Entre as pessoas que empunharam bandeiras figuram o deputado federal Marcelo Freixo e o vereador Tarcísio Motta, ambos do PSOL. Mônica Benício, viúva de Marielle, também desfilou, mas apenas com uma camisa que homenageava a parlamentar.

Outra menção a Marielle era feita na comissão de frente, que virava a história oficial pelo avesso: figuras históricas tradicionalmente reconhecidas, representadas como anões, eram substituídas por índios e negros. Na encenação, as novas personalidades erguiam uma menina que, representando Marielle, empunhava uma faixa onde se lia “presente”. O coro de “Marielle: presente” é uma forma frequente de homenagear a vereadora assassinada.

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