‘Que o mundo aceite o direito de buscar felicidade’, diz primeira lésbica do Miss Universo
Swe Zin Htet vem de Mianmar, onde há lei que pune relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. A grande vencedora foi a sul-africana Zozibini Tunzi.
O concurso Miss Universo 2019 teve, pela primeira vez em 67 anos, uma concorrente abertamente lésbica — e ela é de Mianmar, um país onde a ser uma pessoa LGBT é crime.
Swe Zin Htet, de 20 anos, competiu como Miss Mianmar no evento no domingo (8) à noite, em Atlanta, em que a grande vencedora foi a sul-africana Zozibini Tunzi. Embora ela não tenha conseguido avançar para o top 20, seus fãs dizem que ela já fez história ao representar a comunidade LGBTQI+ num palco internacional.
“A maioria das pessoas em Mianmar não aceita isso, mas meu objetivo é fazê-las olhar para mim e para outras pessoas que são como eu da mesma forma. As pessoas LGBTQI+ em Mianmar não têm direitos iguais e quero mudar isso. Sinto que, se sou aberta em relação à minha sexualidade, outras pessoas também se abrirão”, afirmou a jovem.
Htet é conhecida como “Superman” pela sua comunidade de admiradores. Ela revelou ser lésbica logo depois de chegar a Atlanta para a competição.
“Quero que o mundo aceite a comunidade LGBTQI+ e seu direito de escolher seu próprio caminho e buscar a felicidade. Devemos sempre ter a liberdade de escolha e promover a igualdade”, destacou.
Ela postou ainda uma colagem de fotos no Instagram, sobreposta com uma bandeira do arco-íris e a palavra “Orgulho”.
O código penal de seu país, Mianmar, prevê que a prática de sexo entre pessoas do mesmo gênero seja punido com longas sentenças de prisão, embora isso atualmente dificilmente aconteça de fato. Ainda assim, pessoas LGBT sofrem bastante preconceito naquela nação do sudeste asiático.