Pela primeira vez, Miss Universo terá duas candidatas trans
Marina Machete, Miss Portugal, e Rikkie Kollé, Miss Holanda, então entre as 90 finalistas do Miss Universo.
Pela primeira vez em sua história, o concurso Miss Universo contará com duas mulheres trans. O momento histórico, que ocorrerá na edição de 2023, se confirmou após Marina Machete, de 23 anos, ser eleita Miss Portugal na última semana.
A 72ª edição do Miss Universo será sediada em El Salvador no próximo mês de novembro, onde duas mulheres transexuais, Machete e Rikkie Kollé, vencedora do Miss Holanda, competirão pela coroa, conforme repercutido pela CNN Brasil.
Antes de ser coroada como a representante de seu país, Machete afirmou em entrevista ao canal do YouTube do evento que os números de “transfobia e intolerância” no mundo são “alarmantes”, e utiliza sua plataforma para lutar pelos direitos das pessoas trans.
“Como mulher trans, passei por muitos obstáculos ao longo do caminho, mas felizmente, e principalmente com minha família, o amor se mostrou mais forte que a ignorância”, afirmou a concorrente portuguesa no vídeo.
Representatividade
Se Machete ou Kollé vencerem, elas se tornarão a primeira mulher trans a usar tiara em toda a história da competição. Lembrando que a primeira concorrente trans foi a espanhola Ángela Ponce em 2018, que não chegou a avançar para a final.
Em nota à CNN, a Organização Miss Universo afirmou que: “Mulheres trans são mulheres, ponto final. Estamos aqui para celebrar as mulheres, ponto final. Isto é verdade há mais de uma década e estamos orgulhosos de ter feito esta mudança muito cedo, em comparação com outros programas”.
Após um apelo crescente na última década por maior inclusão, diversidade e representatividade, o Miss Universo realizou mudanças em seu regulamento. O concurso, que disse estar “sempre evoluindo”, permitiu a participação de mulheres gravidas, mulheres divorciadas e mulheres com filhos nos últimos anos. Na edição de 2024, o limite de idade de 28 anos também será anulado.
Machete e Kollé também usam suas plataformas nas redes sociais para divulgar o poder de inclusão presente nos concursos de beleza e inspirar seus seguidores. Em um vídeo publicado em seu perfil do Instagram, a Miss Holanda explicou qual a palavra que a melhor define.
“O Miss Universo nos pediu para nos descrevermos em uma palavra. A palavra que estou escolhendo é ‘vitória’, porque quando menino conquistei todas as coisas que passaram pelo meu caminho – e olhe para mim agora, aqui como uma mulher trans forte, empoderada e confiante”, afirmou Rikkie Kollé.