Dezenas de pessoas participaram de uma manifestação em frente ao supermercado, em Salvador, onde um estudante foi barrado por estar usando short curto. O caso aconteceu no último fim de semana, no bairro de Itapuã.
Chamado Ocupação do Shortinho, o ato foi pacífico e começou por volta das 15h. O grupo responsável pelo protesto pedia liberdade para usar as roupas sem que as pessoas sejam julgadas. O jovem barrado no supermercado, Marcos Pascoal, não participou da manifestação.
Nas redes sociais, os organizadores do ato afirmaram que a manifestação é contra a atitude considerada “homofóbica e preconceituosa” praticada por um segurança da rede. Os manifestantes usavam máscara, por causa da pandemia do novo coronavírus.
O caso, que foi filmado e divulgado nas redes sociais, aconteceu no supermercado Big Bompreço, do grupo Walmart, na noite do sábado (19). Um dos seguranças que barrou a entrada de Marcos afirmou que “homem não poderia usar short curto”. [Veja nas imagens acima]
No vídeo, o segurança tenta usar como argumento para barrar o estudante o fato de que crianças que estão no mercado. Ele chega a dizer: “Tem crianças lá dentro, olha um bebê aí”. Marcos disse que essa foi uma das falas mais pesadas direcionadas a ele e à sua sexualidade.
“Por qual motivo não posso ser visto por uma criança? Eu sou um mau exemplo? Por que elas podem ver mulheres com shorts mais curtos lá dentro, mas não podem ver um homem com short curto?”, questionou ele.
No dia em que a situação ocorreu, o Grupo BIG, que é responsável pela administração do supermercado, informou que a situação é “inadmissível e não corresponde aos procedimentos e valores da empresa”. A empresa disse que afastou o segurança envolvido e que estava dando assistência necessária a Marcos.
No entanto, o estudante conta que a empresa chegou a entrar em contato com ele, mas não manifestou qualquer tipo de apoio.
Na quarta-feira (23), Marcos contou que o boletim de ocorrência foi registrado na segunda (21), na Delegacia Virtual da Bahia.