Duas lésbicas e ativistas LGBTQIA+ acusadas de “promover a homossexualidade” foram condenadas à morte no Irã, informou um grupo de ativistas nesta segunda-feira (5), instando a comunidade internacional a impedir sua execução.
Zahra Sedighi Hamedani, de 31 anos, e Elham Chubdar, de 24, foram condenadas por um tribunal da cidade de Urmía, no noroeste do país, informou a organização Hengaw, um grupo de curdos em defesa dos direitos humanos. As duas estão detidas no presídio de Urmía.
Outra mulher enfrenta as mesmas acusações e também está detida. Trata-se de Soheila Ashrafi, de 52 anos, natural de Urmía. A sentença ainda não foi proferida no seu caso.
Segundo a ONG, as jovens também foram acusadas de “promover a religião cristã” e de ter entrado em contato com um veículo da mídia de oposição ao governo iraniano.
“Espalhar a corrupção na Terra”
A Autoridade Judicial confirmou que elas foram condenadas por “espalhar a corrupção na Terra” — uma acusação frequentemente imposta a réus considerados como tendo infringido as leis da sharia do país. É a acusação mais grave do código penal iraniano.
Shadi Amin, coordenadora da organização iraniana de defesa dos direitos do povo LGTBQIA+ “6Rang”, com sede na Alemanha, confirmou as sentenças.
“Agora pedimos à Alemanha e aos outros governos estrangeiros que pressionem o Irã pela libertação das ativistas. Esta é a primeira vez que uma mulher é condenada à morte no Irã por causa de sua orientação sexual”, disse.
O destino de outra ativista iraniana pelos direitos LGBTQIA+ Sedighi Hamedani — conhecida pelo nome de Sareh — provoca uma onda de temores há vários meses. Ela foi detida em 2021 pelas forças de segurança iranianas, quando tentava fugir para a Turquia.
Os defensores dos direitos humanos acusam atualmente o Irã de promover uma campanha de repressão contra amplos setores da sociedade. Os ativistas denunciam, entre outros, as detenções de membros da minoria religiosa bahá’í, o aumento das execuções e a prisão de cidadãos estrangeiros.