Primeiro influenciador digital convidado a participar de uma edição do “Big Brother Brasil” — em 2010, quando ainda nem havia a divisão entre os grupos Camarote, formado por famosos, e Pipoca, por anônimos —, o ex-BBB Serginho Orgastic relembra, com pavor, dos três dias em que viveu no Quarto Branco durante o confinamento.
Na última quarta-feira (9), Domitila foi mandada para o cômodo secreto no “BBB 23” após apertar um botão surpresa instalado no gramado da casa. A participante escolheu Fred para acompanhá-la. Após 18 horas de uma prova de resistência entre ambos, o brother venceu a disputa e retornou para o convívio com os colegas. A modelo pernambucana só será liberada do Quarto Branco na noite desta quinta-feira (9), quando o programa for ao ar, ao vivo, na TV.
Passados 13 anos de sua experiência por lá, Serginho Orgastic diz, em entrevista ao ‘O Globo’, que jamais esquecerá o perrengue. Ele ressalta que o pior problema no local não é o tamanho pequeno do cômodo (que tem teto rebaixado), mas a fortíssima e constante iluminação branca. Em nenhum momento, as luzes são desligadas.
— Foram 72 horas num quarto em que a luz não apagava. Entrei em desespero lá dentro. Não sei se transpareceu para o público, mas foi algo muito complicado. Me marcou bastante — rememora o ex-BBB, hoje com 34 anos. — Isso sem falar que a gente não sabe o que vai acontecer, quanto tempo ficaremos lá… Foi uma experiência que me fez provar muito de mim. Para o público, pode parecer só um quartinho branco. Não! Lá dentro tudo é mais intenso. Não sei nem explicar.
Artista não-binário, Serginho conta que ainda é reconhecido nas ruas devido a sua participação no “BBB 10”. Ele se surpreende com o fato.
— Não tem um lugar que eu vá e alguém não peça para tirar uma foto comigo. É impressionante. Sentir o carinho das pessoas 13 anos depois é muito bacana. Mas isso não infla meu ego. Nada disso! Só fico feliz por ter representado gente, e estar representando ainda. Pode parecer clichê: não ganhei R$ 1 milhão, mas ganhei as pessoas — comemora. — Para mim, o “BBB” não foi só uma passagem para “dar close”. Me considero, sim, sem falsa modéstia, um dos pioneiros na representatividade LGBTQIAP+. Nunca havia tido nenhum gay como eu, mais extravagante, com a imagem visual mais acentuada para o alternativo, ali no programa.
O paulistano — que estudou moda e ficou conhecido entre a tribo “emo” pelas imagens que publicava em seu extinto Fotolog, sob a alcunha de “Sr. Orgastic” — diz que aceitaria, sim, participar novamente da atração televisiva:
— Desta vez, participaria para jogar, mas sem perder minha essência. No “BBB 10”, eu não fui para isso. Estava lá a passeio, para me curtir, me jogar. Foi um lugar em que conheci e me reconheci. Não pensava em voto… Às vezes até esquecia quem estava no paredão, e eu votava no líder. Era um mico! — recorda-se, aos risos.