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Confira essa lista de cantoras trans e negras para ouvir hoje e sempre

Aumente o som em celebração ao Dia Nacional da Consciência Negra.

Mulheres trans, negras e cantoras para incluir em suas playlists. (Foto: Reprodução/Instagram/Arte Gay1)
Mulheres trans, negras e cantoras para incluir em suas playlists. (Foto: Reprodução/Instagram/Arte Gay1)

Em celebração ao Dia Nacional da Consciência Negra, hoje, 20 de novembro, apresentamos uma lista com mulheres trans, negras e cantoras para incluir em suas playlists e nunca mais tirar. Confira:

Liniker

Liniker. (Foto: Reprodução/Instagram)
Liniker. (Foto: Reprodução/Instagram)

Natural de uma família de músicos, Liniker tem, pelo nome de batismo, uma homenagem ao futebolista inglês Gary Lineker, artilheiro da Copa do Mundo de 1986 e cresceu ouvindo samba, samba-rock e soul. Embora tenha mostrado talento vocal desde cedo, possuía certa timidez justamente por viver entre profissionais, e só começou a se arriscar a cantar depois de iniciar a carreira teatral, na adolescência.

Em 2015, formou a banda Liniker e os Caramelows, com quem lançou o EP Cru em 15 de outubro daquele ano, por meio do primeiro single, “Zero”. No início de 2020 anunciam a separação após cinco anos juntos. Em 9 de Setembro de 2021, Liniker lança seu primeiro álbum solo, Indigo Borboleta Anil, que conta com as colaborações de Milton Nascimento e Tassia Reis. Em 2023 entrou para a confraria de imortais Academia Brasileira de Cultura, sendo que se tornou a primeira artista trans a entrar na Academia, ocupando a cadeira de número 51, vaga após a morte da cantora Elza Soares (1930-2022).

Majur

Majur. (Foto: Rafael Soares)
Majur. (Foto: Rafael Soares)

Em 2016, Majur montou uma banda com outros 5 músicos para cantar nas noites de sua cidade natal. A banda cantava nos bares da Barra, bairro gastronômico e boêmio de Salvador. Lançou seu primeiro trabalho em 2018, Colorir, um extended play (EP) de 3 faixas. Em junho de 2019, apareceu como artista convidada na música “AmarElo”, junto de Emicida e Pabllo Vittar. Lançou seu primeiro single solo em agosto do mesmo ano, “20ver”. Em novembro de 2019, lançou o vídeo musical de “Naúfrago”, segunda faixa de seu EP de estreia. Em 2020, lançou “Andarilho”, primeira faixa do seu futuro primeiro álbum de estúdio, ainda sem nome. A música foi lançada juntamente com o seu videoclipe, que foi gravado à distância durante o isolamento social causado pela pandemia de COVID-19.

Linn da Quebrada

Linn da Quebrada. (Foto: Reprodução/Instagram)
Linn da Quebrada. (Foto: Reprodução/Instagram)

Moradora da Zona Leste, uma das regiões mais marginalizadas de São Paulo, a artista começou a despontar em 2016, com o lançamento dos singles Talento e Enviadescer. No ano seguinte, teve o início de sua carreira retratado em Meu Corpo É Político, documentário de Alice Riff, e divulgou uma campanha de financiamento coletivo para lançar seu primeiro álbum, Pajubá, que saiu em outubro do mesmo ano.

Com o sucesso, realizou turnês internacionais, apresentou-se no Rock in Rio, estreou como atriz, ganhou seu próprio programa de entrevistas, o TransMissão, e passou a fazer parte do elenco de Segunda Chamada, série sobre educação da Rede Globo. Recentemente, enquanto se prepara para lançar um novo disco, Linn divulgou o clipe de Oração, single com a participação de Liniker Barros, da banda Liniker e os Caramelows, que conta com uma homenagem a mulheres trans. E em 14 de janeiro de 2022, Linn foi confirmada como uma dos 20 participantes da vigésima segunda temporada do reality show Big Brother Brasil, da TV Globo.

Jup do Bairro

Jup do Bairro. (Foto: Luz Vermelha)
Jup do Bairro. (Foto: Luz Vermelha)

Quem acompanha Linn da Quebrada, já deve conhecer a companheira de longa data da cantora, Jup do Bairro. Ela é a segunda voz de Pajubá, divide a apresentação do TransMissão com a colega e também está em Bixa Travesty. Além disso, Jup agora investe em uma carreira solo.

Está previsto para junho de 2020, o EP visual Corpo Sem Juízo, produzido a partir de financiamento coletivo. A primeira música, que intitula o EP, já foi disponibilizada e conta com falas da escritora Conceição Evaristo e da estudante de artes Matheusa Passareli, trans não-binária morta em abril de 2018. Foi uma das atrações a se apresentar no Lollapalooza Brasil 2022, no mesmo ano partiu foi em turnê pelo mundo e diversas cidades brasileiras com a CORPO SEM JUÍZO – a turnê, afim de promover o álbum.

Assucena

Assucena. (Foto: Fernando Martinez)
Assucena. (Foto: Fernando Martinez)

Vinda do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira, a baiana de Vitória da Conquista Assucena teve uma formação musical rara, entre Elomar, Whitney Houston, Nelson Ned e Ofra Haza (“A família da minha mãe tem origem judaica e eu canto música hebraica com aquelas modulações do Oriente Médio”, conta).

Aos 34 anos, a cantora trans, que pegou seu nome da personagem de Carolina Dieckmann em “Tropicaliente” (“Minha mãe um dia falou que, se tivesse outra filha, ela se chamaria Assucena, e isso não saiu da minha cabeça”), mergulha na careira solo. Duas vezes indicada ao Grammy Latino e duas vezes no Prêmio da Música Brasileira.

MC Xuxu

MC Xuxu. (Foto: Rodarlen Rocha)
MC Xuxu. (Foto: Rodarlen Rocha)

“As gay, as bi, as trans e as sapatão, o clã tá formado pra fazer revolução”, canta MC Xuxu em O Clã, um de seus primeiros trabalhos, lançado em 2017. A artista de Juiz de Fora é uma mulher trans, negra e periférica e faz questão de falar disso em suas músicas. Em seu primeiro álbum, Senzala, ela também fala sobre independência, desapego e traz uma nova versão de O Clã, além de participações das artistas trans Danny Bond e Pepita.

Danna Lisboa

Danna Lisboa. (Foto: Gustavo Delgado)
Danna Lisboa. (Foto: Gustavo Delgado)

Além de cantora, Danna Lisboa é compositora, atriz, dançarina e mãe da Casa Besher, uma espécie de time que disputa as modalidades do vogue, dança estilizada performada em bailes gays de Nova York e popularizada na década de 1980 após o sucesso homônimo de Madonna.

A primeira música de trabalho de Danna foi Trinks, lançada em 2016, e, no ano seguinte, a artista lançou seu primeiro EP, Ideais, que inclui uma colaboração com a drag queen Gloria Groove em Quebradeira. Censura, último lançamento de Danna, fala sobre a marginalização de mulheres trans em relacionamentos amorosos.

Pepita

Pepita. (Foto: Anderson Macedo)
Pepita. (Foto: Anderson Macedo)

Priscila Nogueira, mais conhecida como Pepita, iniciou sua carreira como dançarina de funk. Enquanto apresentava-se em boates cariocas, a cantora foi presenteada com a música “Tô à Procura de um Homem” por um amigo, e imediatamente lançou-se na carreira musical. Seu primeiro show foi na cidade de São Paulo.

Em 2014, um vídeo da artista dançando vazou na internet, sem o consentimento de Pepita. Com a viralização do vídeo, a artista alcançou rapidamente grande visibilidade e diversos novos fãs, tornando-se um meme de frequência na comunidade LGBT. O sucesso e a fama culminaram no lançamento do primeiro EP da artista, intitulado “Grandona pra Caralho”. Em 2017, a artista voltou aos holofotes com o lançamento da canção “Chifrudo”, parceria com a drag queen Lia Clark. Em janeiro, a artista também lançou um novo single, “Uma Vez Piranha”. Em janeiro de 2019, estreou o videoclipe de “Retrogado”, do duo brasileiro Phillipi & Rodrigo, no qual Pepita é protagonista.

Mel

Mel. (Foto: Reprodução/Instagram)
Mel. (Foto: Reprodução/Instagram)

Você já deve conhecê-la como Candy Mel, a líder feminina da Banda Uó. No entanto, após o grupo de pop tecnobrega anunciar seu fim, em 2018, ela abandonou e agora investe em carreira solo apenas como Mel.

Seu primeiro projeto ainda está em desenvolvimento, mas a artista já divulgou dois vídeos que misturam poesia e música, intitulados Cabelo e O Medo. A cantora também participou da música Transbordar, do EP solo de Tchelo Gomez, membro do grupo de rap LGBTQIA+ Quebrada Queer.

Urias

Urias. (Foto: Gabriel Renné)
Urias. (Foto: Gabriel Renné)

Famosa após divulgar covers para as músicas Ice Princess, da rapper Azealia Banks, e Você Me Vira a Cabeça, de Alcione, Urias foi convidada por Pabllo Vittar a participar da música Ouro, presente no segundo álbum da drag queen, Não Para Não, e, em 2019, lançou Diaba, seu primeiro single original que já conta com 4 milhões de visualizações no YouTube e concorre em três categorias do m-v-f- awards 2019, premiação especializada em videoclipes, além de seu primeiro EP, Urias.

Em 2021, seu segundo EP intitulado “FÚRIA PT1” foi lançado, sendo muito comentado nas redes sociais. Em 2022, com mais 8 faixas, além das que estavam no EP, Urias lançou oficialmente o álbum FÚRIA, que atingiu o primeiro lugar na parada de álbuns do iTunes Brasil.

Ainda em 2022, Urias lançou seu terceiro EP “HER MIND, PT.1” onde a cantora mistura o inglês, espanhol e português, o projeto fez tanto sucesso que no final do ano a segunda parte foi liberada. As faixas falam sobre descoberta, auto reflexão e visão interna para o mundo em um estilo eletrônico.

Danny Bond

Danny Bond. (Foto: Kaique Talles Camargo)
Danny Bond. (Foto: Kaique Talles Camargo)

De Macéio, Alagoas, Danny Bond já está em cena há um tempo, sendo uma das principais representantes do movimento trans na música. Com um misto de funk e tecnobrega e um sotaque nordestino, a artista lançou seu primeiro álbum, Epica, em 2017.

Ela também participou de Missa, música presente em Senzala, disco de estreia de MC Xuxu, e, após sucessos como Tcheca, Eu Gosto é de Dar, com a drag queen Kaya Conky, e Loka de Pinga, com a também drag Kika Boom, Danny Bond lançou, em maio, o single Tiroteio da Trava. Em 18 de novembro de 2022, seu segundo disco, Caceteira foi lançado contendo participações de Kaya Conky, Potyguara Bardo, Chau do Pife e Getúlio Abelha. Ela foi uma das embaixadoras do projeto “As Vozes do Funk LGBTQIA+”, em parceria com o Instagram Brasil e a sua distribuidora ONErpm.

Rosa Luz

Rosa Luz. (Foto: Reprodução/Instagram)
Rosa Luz. (Foto: Reprodução/Instagram)

De Brasília, Rosa Luz tem 23 anos e começou no YouTube, com o canal Barraco da Rosa, antes de lançar seu primeiro álbum, Rosa Maria Codinome Rosa Luz. Na sua carreira, tanto como youtuber quanto rapper, Rosa Luz traz a sua experiência como uma mulher trans, negra e de periferia e, na música, cria suas melodias em cima de ritmos de origem africana.

Além do EP, também lançou singles como Sanguinária e O Carnaval Que Elas Querem, gravou um disco ao vivo no Estúdio Showlivre e participou do documentário Chega de Fiu Fiu, produzido pela ONG feminista Think Olga, que retrata o assédio sofrido por mulheres e a resistência através da arte e do ativismo.

Monna Brutal

Monna Bruta. (Foto: Reprodução/Instagram)
Monna Bruta. (Foto: Reprodução/Instagram)

Monna Brutal também é uma representante do rap na comunidade trans. Da periferia de Guarulhos, na Grande São Paulo, a artista é envolvida desde muito nova com o hip-hop e herda a facilidade em fazer versos das batalhas de rap que costumava participar. Ela mesma organizou, por dois anos, a Batalha da Aldeia, no Jaçanã, na Zona Norte de São Paulo.

Monna lançou seu primeiro álbum, 9/11, em outubro de 2018, e trata temas como transfobia e machismo na produção. Ela também participou da música Magenta Ca$h, presente no novo EP da drag queen Gloria Groove, Alegoria, lançado na última terça-feira (12).

Alice Guél

Alice Guél. (Foto: Reprodução)
Alice Guél. (Foto: Reprodução)

A obra de Alice Guél trata, majoritariamente, do papel de pessoas transvestigeneres, termo que utiliza para se referir a identidade de gênero de travestis, pessoas trans e não-binárias, na sociedade. Seu primeiro trabalho foi Alice no país que mais mata travestis, lançado em 2017, e trouxe uma de suas músicas mais emblemáticas, Deus É Travesti.

Em breve, a cantora deve lançar um novo trabalho pelo selo musical Trava Bizness, primeira gravadora focada em artistas transsexuais do mundo. O primeiro resultado da parceria foi a música Dancarê, lançada em abril deste ano.

MC Dellacroix

MC Dellacroix. (Foto: Felipe Iofrano)
MC Dellacroix. (Foto: Felipe Iofrano)

MC Dellacroix é de Campinas e usa do rap para falar sobre transfobia, racismo, religião, exclusão social, entre outros assuntos. Seu primeiro single foi QUEBRada, lançado em 2017, e, neste ano, a rapper lançou seu primeiro álbum, #Dlcrx, que deve ganhar uma segunda parte no futuro.

Além da música, ela também investe na Casa Chama, uma associação cultural e de cuidados a pessoas LGBTQIA+ de São Paulo, da qual é co-fundadora e produtora artística.

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