Santa Catarina

Drag queen é agredida a socos e chutes após Marcha da Diversidade de Camboriú

"Pensei que fosse morrer", desabafa Denis Cristyan de Vito, 36 anos, espancado no último domingo, 5.

Drag queen é agredida a socos e chutes na orla de Balneário Camboriú. (Foto: Reprodução)
Drag queen é agredida a socos e chutes na orla de Balneário Camboriú. (Foto: Reprodução)

No último domingo, 5, por volta das 19 horas, a drag queen Joégua, personagem encarnada pelo administrador de imóveis Denis Cristyan de Vito, 36 anos, foi agredida por quatro homens ao final da Marcha pela Diversidade de Balneário Camboriú. O ocorrido foi registrado em vídeos, que mostram a vítima caminhando pela avenida Atlântica, momento em que foi violentamente atacada pelo grupo de agressores.

Nas imagens, Joégua andava na direção contrária ao grupo de rapazes. Ao cruzar com os agressores, um deles proferiu comentários ofensivos à drag, enquanto outro desferiu um chute violento em seu peito.

Joégua foi derrubada no chão e passou a ser brutalmente agredida. Os agressores não pouparam socos, pontapés e chutes na vítima, tudo isso acontecendo em frente a um quiosque movimentado na avenida Atlântica.

Os frequentadores do quiosque e transeuntes que presenciaram a agressão prontamente socorreram a vítima e tentaram afastar os agressores. No entanto, a violência não cessou. Joégua conseguiu se levantar, mas um dos agressores desferiu um chute violento em seu peito mais uma vez.

Os agressores, depois de cometerem o ato covarde, retornaram à frente do quiosque e continuaram a agredir a drag, usando chutes e socos. Uma mulher que passava de carro pelo local filmou a cena, questionando a falta de intervenção. “Estão batendo, não tem ninguém para separar?”, indagou.

Os agressores chegaram ao ponto de rasgar a capa da drag, que ostentava as cores do arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQIA+. Após o ataque, eles saíram calmamente pela orla.

A vítima, graças à intervenção dos moradores que acionaram a Polícia Militar, foi socorrida pelo SAMU e levada para atendimento médico, onde recebeu pontos na cabeça. De acordo com a PM, Joégua afirmou desconhecer os agressores e a motivação das agressões. Um boletim de ocorrência foi registrado, mas, até o momento, os agressores não foram localizados.

Denis, que reside em Curitiba (PR) e foi parcipapar da Marcha da Diversidade e para se apresentar como na boate The Grand, relatou que a agressão foi totalmente gratuita. O grupo desceu de um carro e alegou, falsamente, que Denis teria proferido comentários ofensivos que motivaram a agressão, embora não tenha havido qualquer discussão prévia.

A brutalidade da agressão chocou a vítima, que tem a intenção de levar o caso à Polícia Civil e à Justiça, em busca de justiça para o ataque gratuito que sofreu. Esta não foi a primeira agressão sofrida por Denis, mas ele espera que a ação legal leve à captura dos agressores e os responsabilize por seu ato violento.

Repúdio

A Associação das Famílias de Pessoas LGBTQIAPN+ – AFAM Diversa e demais entidades organizadoras da parada de BC manifestaram repúdio aos atos de violência. “Trata-se de uma clara demonstração de homofobia, direcionada a todos os participantes desse evento. Ressaltamos que a Marcha pela Diversidade foi concebida como um espaço de expressão pacífica, respeitosa e inclusiva, onde se valoriza e celebra todas as formas de diversidade”, disse a nota. A entidade já encaminhou os vídeos das agressões às autoridades, para que identifiquem e responsabilizem os agressores. A associação está prestando apoio à vítima.

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