Mãe é agredida após defender filho que foi xingado de "viadinho" por sargento em Taguatinga
Caso de agressão investigado pela polícia começou após sargento dos Bombeiros ter chamado menino com tom homofóbico, segundo a mãe da vítima.
Um sargento do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) é investigado por lesão corporal contra uma vizinha. Ele admitiu ter apertado o pescoço dela e a pressionado contra uma grade da quadra esportiva do condomínio. A agressão teria acontecido durante uma confusão que começou, segundo a vítima, no momento em que o militar chamou o filho dela de “viadinho”.
O caso aconteceu em Taguatinga, na noite de quinta-feira (14/12). A mulher conta que o filho desceu para jogar bola na quadra com um primo, por volta das 17h, mas acabou caindo e se machucando. Um homem que estava no local teria criticado o garoto, dizendo que ele “não era homem”, e pediu para chamar a mãe dele.
A vítima desceu até a quadra esportiva e relatou uma confusão com esse homem. Segundo ela, o rapaz, depois identificado como sargento dos Bombeiros, teria gritado várias vezes: “Seu filho é um viadinho!”. A mãe começou a defender o garoto, os dois subiram o tom, e o homem deu início às agressões.
Ela conta que foi enforcada, que teve o braço torcido e que só não desmaiou porque um vizinho que presenciou tudo foi ao local afastar o sargento da vítima. Todas as testemunhas ouvidas na delegacia confirmaram que o sargento dos Bombeiros pressionou o pescoço da mãe do garoto contra a grade. Uma delas disse ter visto a mulher já com falta de ar.
Na Polícia Civil, o homem confirmou a agressão, mas disse que a vizinha tentou dar vários tapas no rosto dele, e que ele só pressionou a mulher contra a grade para se defender. Ele ainda negou ter chamado o filho dela de “viadinho”, afirmando que disse apenas que “aquilo era jogo de homem”.
O caso de lesão corporal é investigado pela 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte). Em nota, o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) ressaltou que a corporação é “totalmente contrária a condutas em desalinho com a legislação e que venham a ferir os preceitos da ética, moral e bons costumes”, e que a conduta do sargento “está sendo apurada internamente pelos setores responsáveis”.