Após desaparecer na noite do dia 28 de dezembro, a jovem trans Manu Diniz, de 24 anos, foi encontrada morta na linha férrea de Bangu, Zona Oeste do Rio. Com hematomas e arranhões na barriga, além de cortes no rosto e na boca, o corpo da jovem trans passou quatro dias sem identificação no IML, até que familiares conseguiram reconhecê-la na terça (2). No dia seguinte ao reconhecimento, Manu foi sepultada no Cemitério de Campo Grande com seu nome de batismo, o que gerou a indignação de amigos e ativistas dos direitos LGBTQIA+.
“É absurdo que no mês da visibilidade trans tudo isso esteja acontecendo. Descobrimos que o caso da Manu Diniz foi, muito provavelmente, um crime de ódio. Ela foi encontrada sem os dentes, na linha férrea. As marcas de arranhão ainda estavam em seu corpo”, escreveu a Dani Balbi, primeira deputada trans da Alerj, em suas redes sociais. Segundo a parlamentar, o caso foi encaminhado para investigação específica de crimes contra direitos humanos.
De acordo com o site G1, Manu teria desaparecido na noite do dia 28 após apresentar um surto psicótico, segundo o registro do boletim de ocorrência realizado por uma amiga que morava com a vítima, no dia 30 de dezembro. Nesta data, o corpo da jovem já estava no Instituto Médico Legal de Campo Grande, desde que foi encontrado na linha férrea de Bangu no dia 29 de dezembro.
Segundo a Polícia Militar, policiais do Grupamento Ferroviário foram acionados para uma ocorrência de encontro de cadáver. A perícia foi acionada e a ocorrência encaminhada para a 34ªDP (Bangu). Em entrevista, o cunhado de Manu, que reconheceu seu corpo em 2 de janeiro, afirmou que causa da morte teria sido traumatismo craniano.
“Quantos de nós mais vão morrer por causa da transfobia? Muitas vezes, os familiares não veem que desrespeitando nossa identidade de gênero e nosso nome, estão nos entregando para sofrer violência e sermos mortos na rua. Nos desrespeitar é também uma morte simbólica”, declarou o presidente da Liga Transmasculina, Gab Van, que acompanhou o sepultamento e se indignou ao ver que a vítima estava sendo referenciada por seu nome de batismo.