Na noite da última segunda-feira (30/09), o casal Bruno Vieira de Miranda e Luis Carlos da Fonseca, ambos de 24 anos, foi alvo de uma agressão homofóbica no bar Original Eskina BAE, localizado na QNM 19, em Ceilândia Sul, Brasília. O casal participava de uma confraternização com amigos quando o incidente ocorreu.
Segundo relatos das vítimas, as agressões começaram após provocações de um grupo de homens presentes no local. Bruno se levantou para dançar, momento em que um dos homens o chamou para dançar de forma irônica. Logo após, o grupo de pelo menos oito homens partiu para a agressão física. Bruno foi levado ao banheiro do bar, onde foi espancado com socos e chutes até desmaiar.
Luis Carlos, que tentou defender o namorado, também foi agredido, sofrendo cortes no pé e lesões na perna. “Apoio nenhum do bar, apoio nenhum de segurança, dos funcionários. Graças a Deus agora estou vivo, porque se nossos amigos não tivessem separado, talvez eu não estaria vivo agora”, desabafou Bruno.
As vítimas foram levadas ao Hospital Regional de Ceilândia pelo Corpo de Bombeiros, e a Polícia Militar também foi acionada. No entanto, Luis Carlos criticou a resposta das autoridades, afirmando que os policiais não deram a devida atenção às denúncias. “Pedi ajuda e eles disseram que os agressores haviam fugido, mas muitos ainda estavam no bar. Mesmo assim, a polícia disse que não podia fazer nada e saiu para outra ocorrência”, relatou.
A PM afirmou que, no momento da ocorrência, as vítimas indicaram que os agressores haviam fugido em um carro cinza, sem fornecer mais detalhes. Em nota, a corporação destacou que as vítimas e testemunhas estavam sob efeito de álcool.
Em resposta, o bar Original Eskina BAE declarou que preza por um ambiente de amizade e diversidade, negando envolvimento com discriminação. A direção do estabelecimento afirmou que a ocorrência foi “fora da realidade” do local e que acionou a polícia e o SAMU imediatamente. O bar também se comprometeu a colaborar com as investigações e oferecer suporte jurídico, hospitalar e psicológico às vítimas.
O caso foi registrado no Departamento de Polícia Especializada, onde Bruno e Luis Carlos fizeram exame de corpo de delito e aguardam a continuidade das investigações para que os agressores sejam responsabilizados.