Casal sofre homofobia em viagem de ônibus entre Balneário Camboriú e São Paulo

Mulher atacou casal após líquido derrubado no chão do ônibus molhar suas bagagens. Polícia Civil investiga o caso.

Casal sofre homofobia em viagem de ônibus

Um casal relatou ter sofrido ataques homofóbicos em uma viagem de ônibus entre Balneário Camboriú (SC) e São Paulo (SP) após o Ano Novo. Os dois rapazes foram ofendidos por outra passageira, não identificada. A Polícia Civil de SP investiga o caso.

As vítimas registraram em vídeo (veja acima) as ofensas proferidas pela mulher que viajava no mesmo ônibus. No vídeo é possível ouvi-la xingar os dois rapazes de “viado” e “bibas do c******”.

“Essas bibas do c******, nem para avisar. Filhas da p*. Duas biba ali atrás, nem para avisar”, ataca a mulher na gravação.

O programador Wellington Gabriel dos Santos, de 28 anos, afirmou em entrevista a TV Globo que as ofensas começaram depois que um líquido derrubado no chão do ônibus molhou as bagagens da mulher.

“A mulher nos acusou, de forma agressiva e infundada, de termos derramado uma bebida em seus pertences, que estavam abaixo do assento dela”, conta o homem.

Casal sofreu homofobia em viagem de ônibus. (Foto: Reprodução)

Segundo Santos, ele e o namorado, o cabeleireiro Ailton Flávio da Silva, falaram que não tinham bebidas. “Ela insistiu nas acusações e nos humilhou publicamente”.

“Essa situação gerou uma crise de ansiedade no meu namorado que já faz terapia justamente para tratar ansiedade e pânico. Ele começou a chorar e teve grande dificuldade em se acalmar”, disse Wellington.

O vídeo mostra um diálogo depois de a mulher falar com o motorista do ônibus e descobrir que o casal não foi responsável pelo líquido que molhou suas malas. “Acontece”, disse, ao ser questionada sobre o ataque aos dois.

O casal registrou um boletim de ocorrência dentro da lei 7.716/89, de preconceito de raça ou de cor, no 50º Distrito Policial, no Itaim Paulista.

Esta lei não cita de forma explícita o crime de homofobia ou preconceito sexual entre seus artigos, mas “os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.”

O casal também contratou um advogado para acionar a empresa responsável pela viagem para que ela identifique a mulher que proferiu as ofensas.

“Meu marido está passando com a psicóloga para tratar os gatilhos, mas passa bem”, disse Wellington.

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