Câmera flagra personal ateando fogo no apartamento do ex por não aceitar término
Vítima, cabeleireiro acredita que motivação teria sido vingança; prejuízo com imóvel é estimado em quase meio milhão de reais.
A Polícia Civil de São Paulo procura o personal trainer Elizann Garrido, de 35 anos, suspeito de incendiar o apartamento do ex-namorado, Bruno Peixoto, cabeleireiro de 30 anos. Na manhã de sábado, ele entrou no imóvel, localizado na Rua Bela Cintra, no bairro Bela Vista, e ateou fogo em almofadas da sala. As chamas rapidamente se espalharam, consumindo 90% do apartamento de 40 metros quadrados.
Segundo Bruno, os dois se conheceram em setembro pelo Grindr, aplicativo de encontro voltado ao público LGBTQIA+. No mês seguinte, já estavam morando juntos no apartamento alugado pelo cabeleireiro. O namoro era intenso, mas começou a desandar em dezembro, quando Bruno anunciou sua mudança para Londres em fevereiro.
“Ele não aceitou o término e resolveu se vingar, incendiando minha casa”, afirmou.
O plano de vingança teria sido traçado em Goiânia, para onde Elizann se mudou após o fim do relacionamento. No final de janeiro, Bruno foi até a cidade para se despedir do ex, com quem mantinha amizade. Pouco antes de seu retorno a São Paulo, o personal alegou ter sido expulso de casa pela mãe e o padrasto e pediu para ficar no apartamento na Bela Cintra por um tempo.
“Como eu já estava de viagem marcada e iria entregar o apartamento, não vi problemas”, disse Bruno.
No sábado, Bruno saiu para trabalhar no salão, mas deixou ligada uma câmera que usa para gravações de conteúdo adulto. Elizann também saiu, mas voltou logo depois para incendiar o imóvel. As imagens mostram ele entrando, acendendo o fogo nas almofadas e saindo em seguida. O incêndio causou uma explosão e as chamas se espalharam para fora do apartamento. Vizinhos acionaram o Corpo de Bombeiros. O prejuízo é estimado em R$ 500 mil.
Bruno registrou um boletim de ocorrência na 74ª Delegacia de Polícia, acusando o ex de incêndio criminoso. De acordo com o Artigo 250 do Código Penal, esse crime é classificado como contra a incolumidade pública, com pena de três a seis anos de reclusão e multa, podendo ser agravada se houver risco à vida de outras pessoas.
Desde sábado, a polícia tenta localizar Elizann. Sabe-se que ele deixou suas malas na casa de uma amiga em São Paulo, mas até a manhã de segunda-feira seu paradeiro era desconhecido. O Gay1 tentou contato com o suspeito via WhatsApp para ouvir sua versão, mas não obteve resposta.
Essa não é a primeira vez que Elizann se envolve em problemas com a polícia. Durante a campanha presidencial de 2022, ele postou um vídeo nas redes sociais incentivando seus seguidores a riscarem carros com adesivos do então candidato Jair Bolsonaro (PL). A publicação viralizou, e diversos veículos em Goiânia tiveram a lataria danificada. Apoiadores de Bolsonaro registraram boletins de ocorrência contra ele e, em protesto, fizeram um buzinaço em frente ao prédio onde morava.