Por que alguns de nós ainda frequentam igrejas que nos discriminam?
A participação do influenciador Lucas Guimarães na Batista da Lagoinha reacende o debate sobre a inclusão LGBTQIA+ nas igrejas evangélicas.
![O influenciador Lucas Guimarães, marido do também influenciador Carlinhos Maia, durante Santa Ceia da Igreja Lagoinha de Alphaville. (Foto: Reprodução/Instagram)](https://i0.wp.com/gay1.com.br/wp-content/uploads/2025/02/B06D2561-CB95-4C54-850E-FA06EDC16820.jpeg?w=1220&ssl=1)
A recente participação de Lucas Guimarães, companheiro do influenciador Carlinhos Maia, na Santa Ceia da Igreja Lagoinha de Alphaville, gerou grande repercussão nas redes sociais e no meio religioso. A contradição entre a posição da igreja, conhecida por suas declarações contra a homossexualidade, e a presença de Lucas na celebração levantou importantes questionamentos sobre a inclusão LGBTQIA+ nas igrejas evangélicas.
A Igreja Lagoinha, liderada por pastores conhecidos por suas posições preconceituosas sobre pessoas LGBTQIA+, permite a participação dos mesmos em seus cultos, mas impede que elas exerçam cargos de liderança ou participem da Santa Ceia, considerada um dos sacramentos mais importantes do cristianismo. Essa postura contraditória tem sido justificada pelos pastores como uma forma de acolher as pessoas, mas sem comprometer os princípios doutrinários da igreja.
O sentimento de culpa e a busca por pertencimento
A psicóloga e pastora Priscilla Coelho aponta o sentimento de culpa como um dos principais motivos que levam pessoas LGBTQIA+ a frequentarem igrejas que as rejeitam em parte. A dificuldade em romper com a comunidade religiosa e a crença de que não são aceitas por Deus são fatores que contribuem para essa busca por pertencimento, mesmo em ambientes hostis.
A evolução do discurso religioso e a luta por inclusão
A relação entre a comunidade LGBTQIA+ e as igrejas evangélicas está em constante transformação. Enquanto algumas igrejas mantêm posições conservadoras, outras têm buscado se adaptar e incluir a diversidade sexual em seus discursos.
Igrejas como a Batista da Água Branca, por exemplo, têm ajustado suas posições teológicas, buscando um discurso mais inclusivo e acolhedor para pessoas LGBTQIA+. A afirmação de que “todas as pessoas e todas as orientações são bem-vindas na Santa Ceia” representa um avanço significativo nesse sentido.
O futuro da relação entre a igreja e a comunidade LGBTQIA+
A luta por inclusão e respeito à diversidade sexual dentro das igrejas evangélicas é um processo lento e complexo. No entanto, a crescente visibilidade da comunidade LGBTQIA+ e a pressão da sociedade civil têm forçado as igrejas a repensarem suas posições e a buscar formas mais inclusivas de acolher a todos.
É importante ressaltar que a decisão de frequentar ou não uma igreja é individual e pessoal. Cada pessoa LGBTQIA+ deve fazer essa escolha de acordo com suas próprias crenças e valores. No entanto, é fundamental que as igrejas se abram para o diálogo e busquem formas de construir comunidades mais justas e inclusivas para todas e todos.